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Conitec recomenda a Sistema Único de Saúde tratamento inovador, criado na USP, contra câncer de pele

Terapia fotodinâmica, opção a cirurgia, pode ser feita em consultórios e projeta até 90% de cura, sem recaída

Por Portal Eu, Rio! em 31/07/2023 às 15:30:57

Conitec recomenda a inclusão no Sistema Único de Saúde de terapia fotodinâmica contra câncer desenvolvida pela USP. Foto: Ascom IFUSP

Uma tecnologia inovadora para o tratamento de câncer de pele, no Brasil, está a um passo de ser incorporada ao SUS. A terapia fotodinâmica, desenvolvida pelo Instituto de Física da USP, Universidade de São Paulo, capaz de tratar o câncer de pele não melanoma, do tipo carcinoma basocelular, foi recomendada ao SUS, pela CONITEC, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema de Saúde.

As amostras de ensaios clínicos indicam que, após o tratamento com a terapia fotodinâmica, as lesões na pele apresentam taxas mínimas de recidiva (que é quando o câncer volta). E o índice de cura da doença é de 90%. Desenvolvida durante mais de 10 anos, a tecnologia tem baixo custo e é de fácil produção. É o que explica uma das responsáveis pela pesquisa, a professora do instituto de Física da USP, Cristina Kurachi.

A pesquisadora esclarece que, além do baixo custo, tem a praticidade: é que o tratamento pode ser feito no consultório, não é invasivo, mas age nas células cancerígenas.

De acordo com a CONITEC, esta é a primeira vez que uma universidade pede a incorporação de uma tecnologia ao SUS. O aparelho desenvolvido na USP é considerado único no mundo com duplo sistema na mesma plataforma, porque permite o diagnóstico e o tratamento de câncer, no mesmo dia. A comissão do SUS levou em conta que o procedimento evita mutilações e procedimentos dolorosos, em grande parte dos casos.

O carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele e tem baixa letalidade com altos índices de cura, se detectado no início. O projeto Terapia Fotodinâmica é financiado pela FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos, o BNDES e o Ministério da Saúde.

Com a recomendação de incorporação dessa tecnologia ao SUS, agora está nas mãos da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde. Cabe a ela, publicar a portaria no Diário Oficial da União. Depois disso, o SUS tem até seis meses para disponibilizar o procedimento na rede pública.

O câncer de pele não melanoma é o mais comum no País e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Apesar disso, é, em geral, de evolução lenta e apresenta grandes chances de cura quando tratado precocemente.

O tratamento padrão oferecido pelo SUS é a cirurgia para retirada da lesão. Esse procedimento é o mais utilizado atualmente, mas sua indicação depende do tamanho e das caraterísticas da parte da pele atingida. A eficácia de outro tratamento do câncer de pele não melanoma acaba de ser comprovada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. Trata-se da terapia fotodinâmica, que envolve o uso de uma medicação sensível à luz com características muito específicas para ativar essa medicação.

Após 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) atinge uma grande vitória. O CONITEC- C omissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde ( SUS), acaba de recomendar ao Ministério de Saúde a incorporação da Terapia Fotodinâmica (TFD), técnica desenvolvida e aperfeiçoada pela Universidade de São Paulo para ser adotada como tratamento para câncer de pele no sistema único de saúde. Serão milhares ou mesmo milhões de pessoas que agora poderão ser beneficiadas por esta adoção, se aprovada pela secretaria do SUS. O câncer de pele é o tipo mais frequente de câncer no Brasil, com várias centenas de novos casos por ano e uma enorme fila de espera para a realização dos procedimentos cirúrgicos.

Professor Vanderlei Bagnatto coordena equipe responsável pelo desenvolvimento da terapia, opção a tratamento cirúrgico

O Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da equipe do IFSC/USP, salienta esta conquista. “Nosso trabalho de mais de vinte anos, grandemente custeado pelo povo Brasileiro através do fomento e projetos, fica recompensado em poder retornar de forma amplificada um grande ganho para a sociedade”.

FAPESP, CNPq, BNDES e Embrapii são órgãos que acreditaram e financiaram a iniciativa, sendo que o projeto contou com diversas gerações de estudantes, participação de médicos e, principalmente, a cooperação com empresas que já produzem os equipamentos e medicamentos necessários para que fosse possível chegar a este ponto. A técnica simplifica os procedimentos e permite tratar de forma rápida e segura lesões iniciais para que não evoluam até chegar ao ponto onde somente a cirurgia poderá resolver.



Por Portal Eu, Rio!

Fonte: USP e RadioAgência Nacional

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