A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, uma operação para cumprir 8 mandados de busca e apreensão em imóveis de acusados de tentar obstruir a investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os oito mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após autorização do procurador do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, que investiga a morte de Marielle e Anderson.
A ação faz parte de um pedido de investigação realizado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, à Polícia Federal, e apura o envolvimento de políticos, agentes públicos e milicianos na tentativa de impedir a conclusão do caso Marielle.
Na operação, foram realizadas buscas nos imóveis do delegado da Polícia Federal do Rio Hélio Kristian de Almeida, do ex-agente da Polícia Federal Gilberto Ribeiro da Costa, do ex-policial civil Jorge Luís Fernandes e do ex-deputado estadual Domingos Brazão (MDB).
Os agentes da Polícia Federal também foram ao imóvel da advogada Camila Moreira Lima Nogueira e de um policial militar que teria acusado o vereador Marcelo Siciliano (PHS) e o miliciano Orlando Curicica de mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O vereador Marcelo Siciliano (PHS) e o miliciano preso Orlando Oliveira de Araújo negam o envolvimento no assassinato.
Na investigação da Polícia Federal, a advogada Camila Moreira Lima Nogueira teria participado de uma conversa entre o PM, os delegados da Polícia Federal Hélio Kristian e Lorenzo Martins Pompilio e o deputado federal Felício Laterça (PSL), que também era delegado na época.
Após a conversa, o policial militar foi levado para prestar depoimento na Polícia Civil, e o miliciano Orlando Oliveira foi transferido para a Penitenciária Federal de Mossoró.
Semanas depois de prestar depoimento, o policial militar apresentou, como testemunha na Delegacia de Homicídios, um ex-líder comunitário da Zona Oeste. O ex-líder comunitário revelou no depoimento que Orlando tinha um carro Chevrolet Cobalt prata igual ao utilizado no crime.
Segundo a Polícia Federal, essa testemunha teria escutado Orlando comentar com o PM que “precisava do contato de um homem que pudesse resolver um problema para Siciliano”.
A testemunha depois desse depoimento, estranhamente, tornou-se administrador de um complexo esportivo em um conjunto habitacional que havia pertencido à quadrilha de Orlando.