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Líder do PSOL na Câmara do Rio registra queixa-crime contra ameaça de 'estupro corretivo'

Viúva de Marielle Franco recebeu e-mail listando violências sexuais, 'terapia de eficácia comprovada' contra homossexualismo feminino

Por Portal Eu, Rio! em 22/08/2023 às 11:37:16

Mônica Benício, viúva da vereadora assassinada Marielle Franco, denuncia ameaças de 'estupro corretivo terapêutico'. Foto: Divulgação

A vereadora Monica Benicio, líder da bancada do PSOL na Câmara Municipal do Rio, registra queixa-crime na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, nesta terça-feira, 22 de agosto, ao meio-dia. A parlamentar, que é lésbica, recebeu um email contendo graves ameaças de 'estupro corretivo' como forma de "tratamento" para reversão da sua orientação sexual. Logo em seguida, haverá uma coletiva da parlamentar, viúva de Marielle Franco, assassinada em março de 2018.

O ameaçador, que se diz doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard, afirma que "lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa" e que ser sapatão é uma aberração. No texto ele descreve, com requintes de crueldade, uma série de violências sexuais contra mulheres, ensinando como um "varão" deve proceder para fazer com que uma mulher volte a ser heterossexual. "Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração", diz na ameaça.

A mensagem foi enviada em agosto, em pleno mês da visibilidade lésbica, quando a vereadora promove diversas atividades para combater a lesbofobia e o preconceito e pautar o tema na sociedade. Na ameaça, o criminoso ainda afirma saber o endereço da parlamentar e se oferece para ir até a casa dela fazer uma "demonstração sem compromisso". O homem finaliza dizendo que tem uma proposta de projeto de lei para legalizar o Estupro Corretivo Terapêutico e sua adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de pedir o apoio da vereadora.

"O que estamos vendo é consequência direta da escalada da violência política de gênero contra mulheres parlamentares que ousam reivindicar seus direitos e lutar por equidade. O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas", ressalta Monica.

Além de Monica, outras parlamentares feministas, como Bella Gonçalves, Cida Falabella e Manuela d'Avila, têm sofrido não só ameaças de estupro corretivo mas também de morte.

Na nota anunciando a queixa-crime, a mandata (sic) promete cobrar da Polícia Civil a abertura de inquérito para identificação do responsável e a tomada das medidas cabíveis para garantir a segurança da vereadora.

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