Um mutirão de limpeza realizado, neste sábado (23/2), no Parque Natural Municipal Barão de Mauá,em Magé, na Baixada Fluminense, mobilizou voluntários dos mais variados segmentos da sociedade civil, além de moradores. A ação foi promovida pelo Instituto Ondazul e serviu para marcar o início das obras de infraestrutura previstas no plano de manejo concluído e apresentado à sociedade em dezembro do ano passado.
Os voluntários percorreram a região e coletaram resíduos de todo tipo como garrafas pet, caixinhas de papelão, restos madeira, dentre outros.
O secretário-executivo do Instituto Ondazul, André Esteves, também participou do mutirão e ressaltou a importância de ações dessa natureza para conscientizar os moradores da importância da preservação desse importante ecossistema:
"Este é o segundo mutirão, que realizamos, mas é o primeiro com voluntários da localidade. A ideia é de que essas pessoas venham conhecer o parque e cuidar do que é delas. Na primeira ação, foram recolhidas três toneladas de lixo, inclusive uma televisão, desta região. Então, o objetivo é de que os moradores aqui possam se sensibilizar e entender que resíduos devem ter destinação ambientalmente adequada", explicou André Esteves.
Na ação, Adeimantos Carlos da silva, um dos responsáveis pela manutenção do mangue, que participou da retirada dos resíduos, disse que se surpreendeu com a quantidade de pessoas que marcaram presença na atividade.
"Isso mostra que as pessoas estão se conscientizando sobre a importância da preservação do meio ambiente. Estou trabalhando na manutenção desta área de mangue e fico feliz em ver a fauna ressurgir", destacou ele.
"É muito importante que a população se mobilize para ações como essa. Estamos aqui para somar forças. É com muito otimismo que vejo essa ação, pois é importante que nós moradores nos mobilizemos para cuidar do que é nosso, pois trata-se de uma ação que vai gerar melhoria da qualidade de vida da população", afirmou Keila de Oliveira Manso, voluntário e moradora de Magé.
Situada às margens da Baía de Guanabara, a unidade de conservação abriga vasta área de mangue, berçário natural de aves, peixes, moluscos e crustáceos que habitam ali em busca de alimento, reprodução e abrigo.
A praia de Mauá, em Magé, foi a mais afetada pelo vazamento de petróleo da Petrobras na Baía de Guanabara, ocorrido em 2000, e vem sendo recuperada desde então pelo Projeto Mangue vivo, uma das iniciativas do Instituto Ondazul que busca promover o desenvolvimento sustentável por meio de projetos de recuperação ambiental de áreas degradadas.
O Instituto Ondazul mobilizou a sociedade civil e o Terceiro Setor e reflorestou com mudas de mangue toda a região. A bem sucedida iniciativa transformou a área em uma unidade de conservação: O Parque Natural Municipal Barão de Mauá com 115 hectares, dos quais 80 deles já foram restaurados com o plantio de mais de três mil mudas de mangue.
O plano de manejo da unidade de conservação inclui a construção de uma sede, uma passarela suspensa, de aproximadamente um quilômetro de extensão, e uma torre para observação, de onde os visitantes poderão contemplar a área completamente recuperada.
A proposta do Instituto Ondazul também é trabalhar ações de educação ambiental, sobretudo com as crianças. Dentre os objetivos está o de mostrar a importância do mangue na natureza como estrutura de manutenção da vida.