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Heloisa é a 11ª criança de 0 a 14 anos morta a tiros este ano no Estado, a maioria por bala perdida

Número de janeiro a setembro soma quase o triplo de todo o ano passado, em que ONG Rio de Paz registrou quatro casos

Por Portal Eu, Rio! em 16/09/2023 às 20:30:25

Antonio Carlos Costa ressalta que vários são os fatores que contribuem para o que ele classifica como "o que há de mais hediondo na crmininalidade no Rio de Janeiro: a morte de meninos e meninas em ti

Com a morte da pequena Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, na manhã deste sábado (16), sobe para 11 o número de crianças mortas a tiros só este ano no estado do Rio, a maioria por bala perdida. Esse número já é quase duas vezes maior que de todo ano passado, que registrou quatro casos.

O Rio de Paz acompanha desde 2007 os casos de crianças mortas por armas de fogo, a maioria balas perdidas, em operações policiais, nas favelas do estado. Desde então, já registramos 102 vítimas, de 0 a 14 anos, grande parte delas negras e pobres.



Entre 2022 e 2023, 15 crianças foram mortas por balas perdidas no estado, desse total, seis em operações policiais. "É uma estatística obscena", afirma o fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. Para ele, vários são os fatores que contribuem para o que ele classifica como "o que há de mais hediondo na crmininalidade no Rio de Janeiro: a morte de meninos e meninas em tiroteio".

Ouça no podcast do Eu, Rio! o depoimento do fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, sobre o uso discriminado e irracional da força, à margem dos protocolos de segurança, nas operações policiais.

"O despreparo do policial. A falta de supervisão, quem está acima jamais é responsabilizado pelos crimes de quem está na ponta. Impunidade, raramente esses policiais são punidos. A cultura policial brasileira, que conduz o policial a perseguir e matar o bandido em completa desconsideração pela vida de cidadãos inocentes. O estímulo dado pela própria sociedade, que celebra a guerra e ignora o drama das famílias das vítimas, que vota em candidato que apresenta como promessa de campanha o uso indiscriminado e irracional da força sem a mínima preocupação quanto à observância de protocolos de operações policiais. Portanto, o gatilho da arma usada na morte da menina Heloisa foi apertado não apenas pelo dedo do policial", disse Antonio Carlos Costa.

O nome de Heloisa será colocado em nosso mural na Lagoa, um dos cartões postais do Rio, onde mantemos, desde 2015, um memorial com os nomes de crianças e policias assassinados.

Lamentamos muito mais esse caso, nos solidarizamos com a família e nos colocamos à disposição para o que precisarem.

Outro caso envolvendo a PRF

E o caso de Heloisa não é o primeiro envolvendo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em 28 de outubro do ano passado, Lorenzo Palhinhas, de 14 anos, foi morto durante operação da PM com a PRF, no Chapadão, na Zona Norte do Rio. A ação aconteceu após um policial federal ser assassinado em assalto na região. A família acusa a polícia de homicídio e afirma que o adolescente era inocente, ao contrário do que disse a PRF na época que afirmou que Lorenzo tinha envolvimento com o tráfico.



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