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MPF pede prisão preventiva de agentes da PRF pela morte de menina de três anos

Exigências à Justiça incluem perícia sobre disparos e fragmento de projétil no carro da família de Heloísa Silva dos Santos

Por Portal Eu, Rio! em 16/09/2023 às 20:37:18

O Ministério Público Federal pediu prisão preventiva dos agentes da Polícia Rodoviária Federal envolvidos na abordagem que terminou provocando a morte da menina Heloísa dos Santos, de três anos.

O MPF pediu perícia em todas as armas que estavam com os policiais, inclusive as pistolas. Exigiu ainda uma nova perícia no carro da família.

O MPF questiona a perícia feita pela polícia civil. E por último pediu perícia no fragmento de bala que a cunhada do pai da menina , Rayana, apanhou no local e que pegou de raspão nela.

O pedido de prisão preventiva é parte da investigação criminal para apurar a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que deixou uma menina de 3 anos baleada e gravemente ferida, após ser atingida, no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense. O caso ocorreu na noite da última quinta-feira (7). Segundo parentes da vítima, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo Heloísa dos Santos Silva, na cabeça e na coluna. Além dela, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia. A menina está internada em estado grave.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre o pedido de prisão preventiva do Ministério Público Federal contra os agentes da Polícia Rodoviária Federal envolvidos na abordagem que terminou provocando a morte a tiros da menina Heloísa Silva dos Santos, de três anos.

Na sexta-feira (8), o MPF instaurou o procedimento investigatório requisitando à Superintendência da PRF a identificação do autor ou dos autores dos disparos, o afastamento de todos os envolvidos na operação por 30 dias e o recolhimento imediato das armas utilizadas na ação para realização de perícia. O órgão pede, ainda, acesso ao procedimento investigatório interno aberto na Corregedoria da PRF.

No sábado (9), representantes do MPF estiveram no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias (RJ), onde a menina de 3 anos está internada em estado grave. Segundo o procurador da República responsável pela abertura da investigação, Eduardo Santos de Oliveira Benones, o objetivo foi verificar o estado de saúde da vítima e obter a identidade da equipe médica que prestou os primeiros atendimentos e segue acompanhando o tratamento.

O MPF também vai apurar a informação recebida durante a visita de que um agente da PRF à paisana teria entrado no centro de terapia intensiva onde está a criança, sem autorização da segurança do hospital. O procurador responsável pela investigação solicitou, ainda, informação sobre eventual assistência prestada pela PRF à família nos cuidados com a menina.

Com o procedimento, o MPF busca apurar suposto crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificado pela idade da vítima, sem prejuízo de outras condutas criminosas verificadas no curso das apurações.

Entenda o caso

Segundo relatos do pai da criança baleada, o veículo no qual estava a família passou perto do posto da PRF sem ser abordado e, em seguida, foi seguido de perto por um carro da polícia. O homem conta que, ao diminuir a velocidade e dar seta, indicando que iria parar, os disparos foram efetuados pelos agentes em direção ao veículo, atingindo a menina. A PRF diz que realizou a abordagem por suspeita de que o veículo dirigido pela família fosse roubado.

Procurador responsável pelas investigações, Eduardo Benones destacou que a conduta na abordagem, de abrir fogo em seguida à constatação de que o veículo teria sido roubado, reflete a prioridade maior em defender a propriedade e a riqueza do que a vida. O que é inaceitável para um órgão encarregado de proteger a população.


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