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Rio de Janeiro possui 45 empresas familiares no mercado

Entenda a importância de uma Governança Corporativa e Familiar para não falir

Por Portal Eu, Rio! em 19/09/2023 às 17:38:19

Foto: Divulgação

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 90% das empresas no Brasil seguem o modelo familiar. São elas as responsáveis pela produção de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e dispõem de cerca de 75% da força de trabalho do País.

As empresas familiares estão majoritariamente concentradas no Sudeste. Segundo o estudo “Governança em Empresas Familiares: Evidências Brasileiras”, divulgado no começo de 2020, pelo IBGC e pela PwC, de 279 empresas familiares mapeadas, 159 estão na região Sudeste (57%); sendo 95 em São Paulo (34%); 45 no Rio de Janeiro (16,1%); e 15 em Minas Gerais (5,4%);

De 279 empresas familiares mapeadas, 47 correspondem ao setor industrial (16,8%); 47 ao setor de serviços (16,8%); 32 ao setor de construção e engenharia (11,5%); 27 ao setor do comércio varejista (9,8%); 24 ao setor do agronegócio (8,6%); 24 ao setor de bens de consumo (8,6%); 11 ao setor de química e petroquímica (3,9%); 10 ao setor do comércio atacadista e exterior (3,6%); 10 ao setor de educação e ensino (3,6%); 9 ao setor de metalurgia e mineração (3,2%); 9 ao setor de tecnologia e telecomunicações (3,2%); 7 ao setor da saúde (2,5%); 7 ao setor de serviços financeiros (2,5%) e 15 estão na categoria “outros” (5,4%).

A faixa de faturamento anual dessas empresas, em distribuição da totalidade da amostragem de pesquisa, varia entre menos de R$ 20 milhões até R$ 400 milhões, o que mostra uma total capilaridade de oferta disponível. Empresas familiares locais até os grandes conglomerados possuem seu espaço arterial para prosperar na economia brasileira.

O fato que chama especialmente atenção é a discrepância na amostra de empresas familiares brasileiras por tempo de existência. Enquanto a maioria (28%) possui menos de 25 anos, ainda uma grande parcela (21,9%) registra longeva vida: entre 50 e 75 anos.

São dados que refletem a ascensão de novos modelos de negócio, ao mesmo passo que respaldam quão um bom e sólido planejamento estratégico pode ser eficaz para adaptar um negócio por décadas disruptivas.

Segundo a advogada Monique Bogado, especialista em Governança Corporativa e Familiar, os dados mostram que as empresas familiares são importantes para a economia do país:

“Esses dados mostram o quanto as empresas familiares são importantes mundialmente e como elas têm um peso importante na nossa economia. Essa é uma das razões pelas quais precisamos propagar e divulgar a importância das empresas terem uma organização sólida, uma boa governança corporativa e documentos societários bem estruturados. Senão, teremos um declínio gigantesco de empresas familiares no momento da passada do bastão de uma geração a outra”, comenta.

Mas na prática, apesar da confiança entre os envolvidos, diversos conflitos internos na questão de processos, gerência, dinâmica e até no relacionamento pessoal entre pais e filhos podem acontecer problemas, trazendo aprendizados que podem ser usados como vantagens competitivas.

Mesmo sendo maioria, grande parte das empresas familiares não conseguem permanecer ativas por muito tempo. Cerca de 70% não sobrevivem à geração do fundador e apenas 5% chegam à terceira geração.

Os principais problemas enfrentados são:

* O apego e centralização excessiva de poder;

* A sobreposição de papéis;

* A dificuldade de reconhecer e trabalhar as próprias limitações pessoais;

* A falta de um planejamento sucessório adequado encabeçam a lista.

“Não é preciso ter uma empresa grande para aplicar a governança. Este processo é enriquecedor e grande aliado para empresas que querem atrair investidores, bons clientes e talentos. Isso independe do tamanho da empresa”, orienta a advogada Monique Bogado.


Monique Bogado, Advogada. Foto: Divulgação

A especialista pontua ainda que um acordo de sócios é fundamental em uma empresa familiar. E, na maioria das vezes, é negligenciado. Só é efetivado quando as divergências dentro da empresa começam, causando diversos problemas.

“O acordo de cada família é individual, único e precisa ser construído para cada família, pois considera os valores de cada uma. Algumas matérias que podemos estipular no acordo: formas de recebimento de pró-labore e lucros; saída dos sócios; formas de pagamento do sócio remanescente; direito de preferência; não concorrência; regras de entrada de novas gerações; alçada de poderes e tempos de mandatos; regras de reuniões de diretoria e eventuais regras de conselhos consultivos; e gestão, dentre outras matérias, de acordo com cada caso”, finaliza Monique.

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