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Policial civil acusado de extorsão deixou quadrilha com medo de represália

Ele tentou corromper o irmão de Ecko, chefe da maior milícia do Rio.

Por Mario Hugo Monken em 01/03/2019 às 20:59:32

Suspeitos utilizaram uma viatura ostensiva da 52ª DP. Foto: Divulgação

Um dos policiais civis caçados em uma operação do Ministério Público Estadual, desencadeada na última quinta-feira (28), que buscava prender agentes envolvidos em casos de extorsão se afastou da quadrilha temendo represálias. Ele tentou corromper ninguém menos do que Luiz Antonio da Silva Braga, vulgo Zinho, irmão do chefe da maior milícia do Rio, a Liga da Justiça,  Wellington da Silva Braga, o Ecko.

 O policial em questão é Ricardo da Costa Canavarro, o Ricardinho, juntamente com outros três agentes, foi denunciado pela Promotoria por ter, no dia 05 de julho de 2017, extorquido em R$ 10 mil de duas pessoas no interior da 52ª DP (Nova Iguaçu).

 A denúncia indica que os suspeitos foram a um terreno situado no bairro Valverde, em Nova Iguaçu/RJ. Para tanto, se utilizaram uma viatura ostensiva da 52ª DP, modelo Duster. Lá, os denunciados se depararam com uma oficina de veículos e um frigorífico. Os acusados realizaram buscas no imóvel, tendo encontrado um veículo Fiat Siena com restrição de roubo/furto na oficina e “gato” de luz no frigorífico.

 No local, os policiais determinaram que todos fossem para a Delegacia de Polícia.  Ao chegar  à 52ª DP, inicialmente os policiais exigiram o pagamento de R$ 50 mil. As vítimas mesmo diante das ameaças e pressões psicológicas sofridas disseram que não tinham a quantia.

 Foi acertado então a redução para R$ 10 mil sendo que os policiais teriam dito que “as vítimas não deixariam a oficina em paz, caso não aceitassem perder um dinheiro para eles”. Diante do cenário montado, as vítimas se submeteram ao pagamento do valor de R$ 10 mil, mas em duas parcelas de R$ 5 mil.

 Essa quadrilha formada por policiais tinha um modo de atuar característico, como a prática de “botes”. Eles  consistiam em identificar possíveis infratores da lei, seu potencial econômico e realizar diligências policiais sobre eles, com a intenção de flagrá-los no crime ou irregularidades administrativas.

  A partir dessa situação vantajosa, os membros da organização criminosa impunham um regime de terror na medida em que a vítima era levada  para o interior da Delegacia de Polícia, sob o pretexto de ter sido flagrada consumando algum ilícito, para, a partir de então, sob graves ameaças e pressões psicológicas, exigir dos familiares e das próprias vitimas ilegalmente acauteladas, altas quantias em dinheiro para a sua liberação.

 As vítimas eram identificadas por informantes, que as “levantavam”, reunindo informações seguras acerca de suas rotinas. Assim, permitiam a ação da organização criminosa no momento mais oportuno e com o mínimo de riscos para seus integrantes.

 Um destes "botes" acabou sendo contra o irmão de Ecko. Zinho também faz parte da milícia, mas por ter perfil mais discreto, cuida da parte financeira do grupo.

 

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