Segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, os tumores no ovário devem acometer 7.310 mulheres no Brasil em 2023, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Rio de Janeiro, a estimativa é de 370 novos casos somente este ano. Numericamente, eles só ficam atrás do câncer do colo do útero. Mas, ao contrário deste, que pode ser facilmente identificável através do exame de Papanicolau, o câncer de ovário é de difícil detecção. Por isso, quando é descoberto, em 75% dos casos o tumor já está em estágio avançado.
Como a doença é silenciosa, é preciso que as mulheres fiquem atentas aos principais sintomas, diz a oncologista Carla Andrade, da Oncoclínicas Rio de Janeiro e do Hospital Marcos Moraes. Segundo ela, aumento abdominal, dores da região do abdome e alteração do hábito intestinal devem ser vistos com atenção. O sangramento vaginal, explica a médica, ocorre apenas em alguns casos.
“Os exames para detectar o câncer de ovário são a ultrassonografia transvaginal, ressonância ou tomografia de pelve. O exame de Papanicolau, que costuma ser realizado anualmente pelo ginecologista, não é capaz de detectar essa neoplasia, somente os tumores de colo de útero. Para confirmar o diagnóstico, pode ser feita uma biópsia do tecido ovariano”, explica a especialista.
Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos regularmente são formas de prevenir a obesidade, fator considerado de risco para o câncer de ovário. Menarca precoce, menopausa tardia, idade avançada e histórico familiar positivo também aumentam as chances de desenvolver a neoplasia, segundo a médica, que explica que entre 20% e 25% dos casos de câncer de ovário estão associados ao histórico familiar.
“Outros fatores que podem contribuir para o surgimento de câncer de ovário são genéticos, quando ocorrem mutações em genes como o BRCA1 e BRCA2, que estão relacionados também ao risco elevado de câncer de mama”, diz a oncologista.
O câncer de ovário é o segundo tumor ginecológico mais prevalente, atrás apenas do de útero. Os demais, que acometem vulva, vagina, endométrio e trompas, são menos comuns.
Tratamento
Depois do diagnóstico, cada caso precisa ser analisado individualmente. Os tratamentos mais comuns são cirurgia e quimioterapia. “Os inibidores de PARP foram adicionados ao arsenal terapêutico da doença recentemente e são indicados, principalmente, para pacientes com mutação em BRCA1 e BRCA2. O medicamento é administrado via oral e mata as células de câncer sem comprometer as demais, e é custeado pelos planos de saúde”, finaliza Carla Andrade.