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Clube Central faz campanha de vacinação em Niterói contra a Herpes Zoster

Doença atinge um a cada três idosos, provocando feridas na pele e dor intensa

Por Portal Eu, Rio! em 03/10/2023 às 14:20:00

Foto: Divulgação

O Clube Central irá receber neste dia 05 de outubro (quinta) uma importante campanha contra a Herpes Zoster, que atinge um a cada três idosos, provocando feridas na pele e dor intensa.

Após a palestra, que será proferida pela médica, e Conselheira do Clube Central, Dra. Cristina Seba, será realizada uma campanha de vacinação no local.

Sócios do Central e dos demais clubes filiados à ACN, bem como familiares e convidados de sócios, terão desconto especial e o parcelamento das duas doses poderá ser feito em até 8 vezes.

Na nota divulgando a iniciativa, o Clube Central, que fica em Icaraí, Niterói, afirma se orgulhar de proporcionar e acesso a uma vacina que, infelizmente, ainda não é disponibilizada pelo SUS.

Herpes, ou cobreiro é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a Catapora. Esse vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa. A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras.

Excepcionalmente, há pacientes que desenvolvem herpes-zóster após contato com doentes de varicela e, até mesmo, com outro doente de zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em paciente já previamente imunizado. É também possível uma criança adquirir varicela por contato com doente de zóster. A Herpes-Zóster pode levar a complicações e outras formas clínicas graves, inclusive, levar à morte.

Definição de caso suspeito de varicela: Paciente com quadro discreto de febre moderada, de início súbito, que dura de 2 a 3 dias, e sintomas generalizados inespecíficos (mal-estar, adinamia, anorexia, cefaleia e outros) e erupção cutânea pápulo-vesicular, que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta ? cabeça e tronco).

Definição de caso grave de varicela: Caso que atenda a definição de caso suspeito de varicela e que necessite ser hospitalizado, ou tenha evoluído para óbito.

Definição de surto de varicela: Considerar como surtos de varicela a ocorrência de número de casos acima do limite esperado, com base nos anos anteriores, ou casos agregados em instituições, como creches, escolas e população privada de liberdade, entre outros.

Surto de varicela em ambiente hospitalar: Define-se surto em ambiente hospitalar a ocorrência de um único caso confirmado de varicela. E o contato para varicela em ambiente hospitalar é caracterizado pela associação do indivíduo com uma pessoa infectada de forma íntima e prolongada, por período igual ou superior a uma hora, e/ou dividindo o mesmo quarto hospitalar, tendo criado assim a possibilidade de contrair a infecção. Nesses casos a vacina varicela (atenuada) está indicada nos comunicantes suscetíveis imunocompetentes maiores de 9 meses de idade, até 120 horas (5 dias) após o contato.

SINTOMAS

O quadro clínico do herpes-zóster, ou seja, os sinais e sintomas da doença, é quase sempre típico. Na maior parte dos casos, antecedem às lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas:

  • Dores nevrálgicas (nos nervos);
  • Parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão etc);
  • Ardor e coceira locais;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Mal-estar.

A lesão elementar é uma vesícula sobre a vermelhidão da pele.

A erupção é unilateral, raramente ultrapassa a linha mediana e segue o trajeto de um nervo. Surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em duas a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são:

  • A torácica (53% dos casos);
  • Cervical (20%);
  • Correspondente ao trajeto do nervo trigêmeo (15%);
  • Lombossacra (11%).

Em pacientes imunodeprimidos, ou seja, que fizeram transplante e tomam imunossupressores, as lesões surgem em localizações atípicas e, geralmente, disseminadas. O envolvimento do VII par craniano, ou seja, de nervos que fazem conexão com o cérebro, leva à combinação de paralisia facial periférica e rash no pavilhão auditivo, denominada síndrome de Hawsay-Hurt, com prognóstico de recuperação pouco provável. O acometimento do nervo facial (paralisia de Bell) apresenta a característica de distorção da face. Lesões na ponta e asa do nariz sugerem envolvimento do ramo oftálmico do trigêmeo, com possível comprometimento ocular.

Importante: Nos pacientes com herpes-zóster disseminado e/ou recidivante, é aconselhável fazer sorologia para HIV, além de pesquisar neoplasias malignas (câncer).

COMPLICAÇÕES

A Herpes-Zóster pode provocar algumas complicações, listadas abaixo.

  • Ataxia cerebelar aguda, que pode afetar o equilíbrio, fala, deglutição, movimento dos olhos, mãos, pernas, dedos e braços;
  • Trombocitopenia, ou seja, baixa quantidade de plaquetas, responsáveis pela coagulação, no sangue;
  • Infecção bacteriana secundária de pele – impetigo, abscesso, celulite, erisipela, causadas por Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes ou outras que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite;
  • Síndrome de Reye, doença rara que causa inflamação no cérebro e que pode ser fatal, associada ao uso de AAS, principalmente em crianças;
  • Infecção fetal, durante a gestação, pode levar à embriopatia, com síndrome da varicela congênita (expressa-se com um ou mais dos seguintes sinais: malformação das extremidades dos membros, microftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central);
  • Varicela disseminada ou varicela hemorrágica em pessoas com comprometimento imunológico;
  • Nevralgia pós-herpética (NPH) – dor persistente por 4 a 6 semanas após a erupção cutânea, que se caracteriza pela refratariedade ao tratamento. É mais frequente em mulheres e após comprometimento do trigêmeo.

PREVENÇÃO

As principais medidas de prevenção e controle contra a disseminação do vírus Varicela Herpes-Zóster são:

  • Vacinação;
  • Lavar as mãos após tocar nas lesões;
  • Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular;
  • Pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;
  • Desinfecção: concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas;
  • Imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar.

A vacina varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou combinada com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A vacina tetraviral só deverá ser administrada aos 15 meses de idade se a criança tiver recebido uma dose da vacina tríplice viral entre 12 e 14 meses. A vacina varicela monovalente é indicada para surto hospitalar a partir dos nove meses de idade.

VIAJANTES

Como a doença é transmitida de pessoa a pessoa, por meio de contato direto ou de secreções respiratórias (disseminação aérea de partículas virais/aerossóis) e, raramente, através de contato com lesões de pele, é importante evitar ficar próximo de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados.


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