O debate contou também com o diretor-executivo da Alianza Evangélica Latina e do Congresso Judeu Latino-Americano, o argentino Claudio Epelman, e de Soraya Khan, presidente do InterClub de Trinidad and Tobago, na Sala Padilha Vidal, e contou com público presencial e online, ganhando tradução em espanhol, inglês, português e francês.
O sacerdote brasileiro, que é interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e fundador do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), participou do painel “Diálogo em Apoio à Liberdade de Consciência, Religião ou Crença e Pluralismo nas Américas” junto com outros representantes da OEA. Não é a primeira vez que o sacerdote, e também é professor no Programa de Pós-graduação em História Comparada da UFRJ, participa de um evento internacional com o objetivo de fortalecer a liberdade religiosa. Em 2019, Ivanir dos Santos participou do "Ministerial Advance Religious Freedom". Na ocasião foi premiado pelo departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos pela importância na luta contra a intolerância religiosa.
“Ao longo das discussões enriquecedoras que compartilhamos neste espaço, pude testemunhar a dedicação e o comprometimento de cada um na busca por um mundo mais justo e inclusivo. Foi um momento de aprendizado e de troca de experiências que fortaleceu ainda mais minha convicção de que a diversidade de crenças e a liberdade de expressar nossa fé são fundamentais para a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática”, declarou o babalawô.
Ao longo dos seus mais de 40 anos de luta pelos direitos humanos, Ivanir dos Santos vem trabalhando de forma ativa para promoção da tolerância e erradicação do racismo em nossa sociedade. Liderança respeitada no Brasil e internacionalmente, sua atuação é expressa em ações como a “Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa", que em setembro de 2023 chegou a sua 16ª edição, reunindo em torno de 100 mil pessoas em Copacabana/RJ; o Festival Cultural Inter-religioso “Cantando a Gente se Entende”, e em publicações como o seu livro “Marchar Não é Caminhar”, publicado pela editora Pallas, além do “II Relatório Sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe”, publicado pelo CEAP em parceria com a UNESCO.
“Neste diálogo, tivemos a oportunidade de abordar questões complexas, como a discriminação, o racismo e a intolerância enfrentada por comunidades marginalizadas, incluindo aquelas de fé minoritária. Foi inspirador ouvir as perspectivas e ideias de todos os presentes sobre como os Estados podem desempenhar um papel crucial na promoção desses direitos fundamentais. Que possamos todos continuar a colaborar e inspirar mudanças positivas em nossas comunidades e nas Américas como um todo. A diversidade é nossa força, e a liberdade de consciência e religião é um direito que devemos proteger com determinação”, completou o sacerdote.
A liberdade de religião ou crença é multidimensional e cruza-se com outras liberdades fundamentais, incluindo os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica. O encontro foi uma legítima contribuição na construção de um mundo mais tolerante e inclusivo, onde cada indivíduo possa viver sua fé com dignidade e respeito.