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União da Ilha celebra encontro poético entre Rachel de Queiroz e José Alencar

Cidades de Jericoacoara e Canoa Quebrada foram mostradas no desfile

Por Edison Corrêa em 05/03/2019 às 03:18:10

Dragão de Ipu e Gracyanne Barbosa. Fotos: Maurício Pingo

O enredo da União da Ilha de 2019 bordou com palavras, versos e memórias a celebração do encontro memorável entre os escritores, expoentes da literatura brasileira, Rachel de Queiroz e José Alencar. A comissão de frente agradou ao utilizar um drone que fazia um integrante "voar" e voltava para a alegoria, demonstrando o milagre de Padim Ciço na Marquês de Sapucaí, ao conceder sua bênção e renovar a fé do povo cearense. O carro-abre alas, "O Dragão de Ipu e o Exército Holandês", todo em amarelo-ouro, contou a estória de um europeu que venceu o dragão dos mares verdes e bravios do Ceará e, após a vitória, escondeu o tesouro nas terras férteis de Ipu, aos pés de São Sebastião.

O Ceará, terra nativa dos dois literatos, é contada no enredo de uma forma geral: os sabores do sertão, como o camarão; os perfumes, exemplificados com o alfenin; as feiras e mercados com seus artesanatos de palha e cerâmica e a arte do cordel foram exponenciados no desfile. As tradições da cultura cearense foram trazidas no segundo carro alegórico, enquanto as alas demonstravam a festa de chitão, os folguedos, o maracatu, as quadrilhas juninas, o boi-bumbá e a procissão marítima de São Pedro.

A religiosidade do povo nordestino foi contada pelas alas do Padre Cícero e dos romeiros da fé. Rachel de Queiroz dizia que que a cidade de Juazeiro do Norte "é capital de um culto, a residência permanente de um santo". A rainha de bateria, Gracyanne Barbosa, vestiu a estilização carnavalesca de um ano sagrada do sertão, enquanto as destaques de chão Chris Tavares e Graciele Bracco personificavam uma procissão de arte e fé e uma prece para São Pedro, respectivamente.


A natureza decantada em prosa e verso pelos autores é mostrada no quarto setor da escola, onde puderam ser vislumbrados, em alas, os fósseis de Cariri, os guardas florestais da Serra da Ibiapaba, o Açude de Cedro, a Bica de Ipu e as cidades turísticas de Jericoacoara e Canoa Quebrada. A alegoria "Cariri" apresentou belezas naturais do sertão, dentre elas o Geoparque Araripe, o mais raro patrimônio paleontológico do país. Um fóssil de um dinossauro chamou a atenção do público no carro.

As mulheres rendeiras e bordadeiras, representadas na última alegoria da escola, fecharam o desfile da Ilha, que teve também como destaque a interpretação de Ito Melodia ao samba-enredo. As alas "Moda de Espedito Seleiro", "Rendas de Fino Trato", "Bordando Sonho", "Moda de Dormir", Moda de Ivanildo Nunes", "Fios da Vida Tecendo o Mundo" e "Moda de Lindebergue Fernandes, esta última com um pedido de paz entre as duas maiores torcidas cearenses, Ceará e Fortaleza, deram o grand finale ao enredo da escola.

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