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Traficantes de São Pedro da Aldeia comandavam negócios de dentro da cadeia

Por Mario Hugo Monken em 04/07/2018 às 13:46:05

O Ministério Público  Estadual do Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira (4) uma operação conjunta com a Polícia Militar para prender três traficantes que atuam no bairro São João, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

Ao todo, dez suspeitos foram denunciados sendo que sete já estavam presos mas continuavam comandando a quadrilha de dentro da cadeia.

As investigações indicam que o bando é vinculado à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e tinha ramificações com traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte da capital. Era feito o transporte de cargas ilícitas do Rio para a cidade de Região dos Lagos.

De acordo com as investigações realizadas pela 125ª DP, desde dezembro de 2015, eles se associaram para a prática do comércio ilícito de entorpecentes no município e contam com  a colaboração de adolescentes infratores 

Na operação, serão cumpridos mandados de prisão expedidos em nome dos dez denunciados.  Os mandados de busca e apreensão serão cumpridos em 20 endereços, incluindo as celas de sete denunciados que já encontram-se presos. São eles Gilliard de Lima Silveria, vulgo Cara de Rato e apontado como o chefe do grupo, Osmane da Silva Aleixo, Peterson da Silva Ignácio Rosa, William de Paulo Melo Felipe, Welington Dias Colacio, Marlon Vitor Silva dos Santos e Reginaldo Silva da Costa.  Os outros denunciados são Gabriel de Oliveira Araújo Da Silva, Moisés Pedra da Silva e Marco Antonio Silva da Costa.

“Colheu-se prova indiciária no sentido de que alguns denunciados, mesmo custodiados, deram continuidade às práticas criminosas, por meio de uso de celulares, situação que infelizmente é uma rotina dentro do sistema penitenciário brasileiro”, diz a decisão proferida pela 2ª Vara de São Pedro da Aldeia.

No mesmo sentido, a denúncia do Ministério Público Estadual narra que a associação contava com membros inseridos no sistema carcerário estadual. “Unidades penitenciárias funcionavam como verdadeiros escritórios a serviço da criminalidade, sendo certo que os denunciados se comunicavam precipuamente por meio de linhas telefônicas, havendo verdadeira repartição de funções”, destaca o documento.
 
Na denúncia, o órgão ressalta que a quadrilha empregava violência e grave ameaça contra grupos inimigas de bairros em que o tráfico de drogas era exercido por uma facção rival. O bando tentou tomar o controle da comunidade Casa da Flor, dominada pelo Comando Vermelho (CV). Ainda de acordo com o documento, armas de fogo eram utilizadas como meio de intimidação coletiva e prática de crimes de homicídios tentados e consumados.
 
O Ministério Público requer que eles sejam condenados pelo crime de associação para o tráfico de drogas que prevê pena de 3 a 10 anos de prisão e multa. A pena pode ser aumentada pelo fato de o crime ter o envolvimento de menores e de ter sido praticado com violência, grave ameaça e emprego de arma de fogo.

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