Diabetes: cresce o número de homens com a doença

De acordo com o Ministério da Saúde, o percentual de homens que apresentaram diagnóstico médico de diabetes aumentou 54%, entre os anos de 2006 e 2017. Quase o dobro, em relação às mulheres, em que o índice da doença foi de 28%. Idosos acima de 65 anos e pessoas com menos escolaridade também são acometidas. Estes dados servem para alertar a todos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a prevalência média da doença no mundo, é de 10% da população.

Sem tratamento, o diabetes é causa de doença cardiovascular, cegueira e insuficiência renal. A obesidade é também um tema em destaque, visto que sua prevalência dobrou entre 1980 e 2008. Atualmente, meio bilhão de pessoas no mundo (12% da população mundial) são consideradas obesas.

Vanderlei Giarola, 59, engenheiro civil, obeso e hipertenso, hoje, apresenta sequelas da diabetes tipo 2, que adquiriu há dez anos atrás. Giarola relata que a perda do dedão do pé foi determinante para que fosse apresentado à convivência dessa doença tão silenciosa. Com nível de açúcar no sangue de 380 e uma pequena bolha no pé esquerdo que se tornou um pequeno ferimento, mas que a cicatrização não ocorreu, fez com que a amputação do hálux (dedão do pé) fosse irremediável. E ainda o deixou internado por 20 dias numa rede de hospital privada, para assegurar que não perdesse a perna. Isso aconteceu há seis anos atrás, mas há três, passou pelo mesmo problema, da bolha que não cicatrizava, e perdeu também o dedo mindinho do mesmo pé, o esquerdo.

"Já tive ferimentos muito mais graves que cicatrizaram. Aprendi que se deve tratar o ferimento com assepsia, mas se tratando de paciente diabético deve-se também fazer uso de um antibiótico, que não aconteceu".

O engenheiro civil revela que várias sequelas surgiram após a perda dos dois dedos do pé esquerdo: falta de equilíbrio, deformação dos outros dedos e do outro pé, chamada pé de Charcot, em que o pé perde a curvatura, fica chapado, diz ele. "Funciona como se fosse um pneu careca, escorrega muito em piso molhado, levando a tombos e fraturas em outras partes do corpo", afirma.

"Fui negligente. Não consegui compreender a doença no seu todo. Hoje sei que o diabético precisa de uma atenção diferenciada. Atualmente, tenho uma alimentação mais cuidadosa que antes. Percebo que ainda há restrições, que preciso comer de forma mais saudável, alimentos integrais, por exemplo. Estou alerta com as coisas que aprendi. Uma vez reconhecido como diabético, a gente deve encarar com seriedade. Adquiri retinopatia também com a diabetes, além dessas manifestações", finaliza Giarola.

O número de óbitos que o diabetes vitimou em todo o país entre 2010 e 2016, de acordo com o Ministério da Saúde, foi de 406.452 mil pessoas, totalizando 11,8% a mais, em relação aos anos anteriores.

A prevenção ao diabetes, segundo o Ministério da Saúde, está em uma alimentação saudável com frutas, hortaliças, vegetais, pouco sal, consumo de açúcar de maneira razoável e menos refrigerantes; e a prática diária de atividades físicas por 30 minutos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta tratamento integral e gratuito nas unidades de saúde e nas 31 mil farmácias populares.