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MPB: Mais Pluralidade, Brasil!

Mercado das Indústrias Criativas cobra espaço para diversidade na música

Evento do MinC no Pará chama atenção para riqueza musical preta e indígena, posta em segundo plano


MPB, sem herança indígena e variedade do ritmos da diáspora africana, é Música Parcialmente Brasileira, para rapper Jonathan Fer, de gorro. Foto: Agência Brasil

O que é a MPB? A última palestra magna do Mercado das Indústrias Criativas (MICBR) 2023, realizada neste sábado (11), buscou debater o conceito de música popular brasileira. No palco Amazônia Futurista, no Hangar Centro de Convenções, em Belém, os cantores Felipe Cordeiro, do Pará; Jonathan Ferr, do Rio de Janeiro; e Djuena Tikuna, do Amazonas, falaram sobre o tema em conversa mediada pelo jornalista musical James Martins, da Bahia.

Intitulada Voz da Mudança: Música Parcialmente Brasileira x Música Popular Brasileira. O que é a MPB?, a atividade utilizou um termo criado por Felipe. "Música Parcialmente Brasileira é, antes de tudo, uma provocação", explicou o artista. “Até o século 19 o Brasil estava desenvolvendo uma noção de identidade. No século 20 nasce o samba, que é uma força fundante da identidade nacional. Hoje há várias músicas pretas. Agora, a Amazônia terá um impacto na MPB do século 21. Quando eu falei de música particularmente brasileira quis dizer que a cultura plural passa pela música brasileira produzida na Amazônia”.

“Quase sempre quando se fala de MPB pegamos elementos que vem de uma elite da música. Terá o Chico Buarque, a Marisa Monte, que tem o seu valor, claro. Mas você vai esquecer de Arlindo Cruz ou Zeca Pagodinho. O Emicida também não é MPB, assim como o Sepultura?, questionou Jonathan.

Djuena lembra que a música feita por indígenas sequer é considerada como tal. “Antes do Brasil existir nós já estávamos aqui cantando. A gente sofre muito preconceito com esse termo”, contou.

“O que é central nessa discussão é que a gente não deve desistir da ideia de uma música popular brasileira. Ela foi, é e talvez seja um importante dispositivo de coesão social deste território gigantesco chamado Brasil”, conclui Felipe.

Realização

O MICBR é uma realização do MinC e OEI e conta com o patrocínio master da Vale e do Instituto Cultural Vale. Também apoiam a iniciativa o Sebrae, o YouTube, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco da Amazônia (BASA). A programação das palestras e oficinas é apresentada pela Vale e Instituto Cultural Vale, com apoio do British Council. A Apex-Brasil é parceira nas rodadas de negócios e atividades de formação de redes.

O Mercado das Indústrias Criativas é realizado, ainda, com apoio do Governo do Estado do Pará, por meio das Secretarias de Cultura e Turismo, e pela Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Cultural de Belém e da Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana.

Artistas com Deficiência exigem políticas de combate à invisibilidade e apoio à diversificação

O convívio pode ser a solução para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado criativo. Isso é que pensam artistas com deficiência presentes no terceiro Mercado das Industrias Criativas, que terminou neste domingo, em Belém, no Pará.

O cearense João Paulo Lima, que é artista da dança e ativista dos direitos das pessoas com deficiência, ressalta a importância de pensar a acessibilidade não como um produto, mas como um direito humano.

João Paulo Lima ainda diz que o preconceito nunca vai deixar de ser uma barreira, que se soma a falta de recursos - até porque dependendo da deficiência é preciso de recursos diferenciados -, e o acesso aos espaços como artistas e como público.

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Ariadne Andico é uma palhaça deficiente, com paralisa cerebral, que vive no interior de São Paulo. Ela afirma que foi convidada, pela primeira vez, para falar sobre seu processo criativo no MicBR. Para ela é fundamental a convivência, o encontro acessível para todos, pessoas com e sem deficiência.

Socorro Lima, professora, pesquisadora e artista da dança, de Belém no Pará, tem deficiência visual e ressalta que mesmo que as pessoas com deficiência estejam produzindo, ainda há uma grande invisibilidade do segmento.

Os artistas com deficiência reclamaram da pouca acessibilidade do MICBR que foi realizado no Centro de Convenções do Hangar, em Belém. O Ministério da Cultura afirmou que a mesa de debate sobre acessibilidade no evento foi realizada justamente para escutar essa população e que reconhece que há uma lacuna, mas que buscou se preparar para receber as pessoas com deficiência no evento.



Ministério da Cultura e RadioAgência Nacional

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