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Operação Batismo investiga envolvimento de deputada Lucinha (PSD) com milícias da Zona Oeste

Parlamentar era tratada como 'Madrinha' por milicianos do grupo de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho

Por Portal Eu, Rio! em 18/12/2023 às 07:41:02

Polícia Federal mobilizou 40 homens para mandados de busca e apreensão no gabinete da deputada Lucinha, do PSD. Foto: Ascom PF

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Assessoria de Atribuição Originária Criminal (AAOCRIM/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e a Polícia Federal deflagraram, na manhã desta segunda-feira (18/12), a operação Batismo. A finalidade da operação é objetivo de apurar a participação e a articulação política desempenhada por parlamentar estadual do Rio de Janeiro, em conjunto com sua assessora, em benefício de milícia privada, com atuação na Zona Oeste do Rio.

O nome da operação está associado à alcunha “Madrinha”, maneira como lideranças do grupo criminoso intitulam a deputada estadual Lucinha (Lúcia Helena Pinto de Barros). A ação é um desdobramento da operação Dinastia, deflagrada pela PF/RJ em agosto de 2022 - com o objetivo de desarticular organização criminosa formada por milicianos com atuação na Zona Oeste do Rio.

A operação conta com cerca de 40 policiais federais que cumprem oito mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ), nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, todos na Zona Oeste, bem como em gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ. Além dos mandados, a justiça determinou o afastamento imediato das funções legislativas, proibição de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, bem como proibição de frequentar a casa legislativa.

As investigações apontam a participação ativa de uma deputada estadual e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção. Os mandados visam apurar a participação de Lucinha e seu gabinete na defesa de mudanças no comando de batalhões da Polícia Militar em bairros da Zona Oeste.

A cautelar foi subscrita pelo procurador-geral de Justiça. O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Procuradoria Geral de Justiça, em conjunto com o Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ).

A Alerj divulgou nota oficial informando ainda não ter recebido o comunicado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sobre a deputada Lucinha. Assim que for informada, oficialmente, a Casa tomará as providências cabíveis com base na decisão judicial.

Fundadora do PDT ao lado de Brizola, Lucinha seguiu para o PSDB com Marcello Alencar

Lucinha, do PSD, foi a deputada estadual mais votada na eleição de 2022, e está sendo alvo de mandados de busca e apreensão Foto Rafael Wallace

Nome completo: Lúcia Helena Pinto de Barros
Data de nascimento: 25/09/1960
Origem: Rio de Janeiro
Mandato: 1º
Domicílio eleitoral: Rio de Janeiro
Votação nas últimas eleições: 67.034
Formação: Superior Incompleto
Área de atuação: Saúde, Saneamento

Participação em comissões: Presidente da comissão de Segurança Alimentar e vice-presidente da comissão de Saneamento Ambiental.

Carioca e criada na Zona Oeste do Rio, Lucinha é a quinta de seis filhos de Alberto Ferreira Pinto e Sílvia Paz de Amaral Pinto. Casada e mãe de dois filhos, Lucinha começou sua vida pública como ativista do Movimento Popular Organizado na década de 80.

Em 1981, com o pai e outras forças políticas, como o ex-governador do Estado do Rio, Marcello Alencar, o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, e sob a liderança do ex-governador Leonel Brizola, Lucinha foi uma das fundadoras o Partido Democrático Trabalhista (PDT-RJ). Já no início dos anos 90, foi diretora de Habitação da Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj) e de toda a Zona Oeste.

Em 1992 Lucinha participou da criação e presidiu a Federação Municipal das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio), adquirindo grande experiência política e comunitária. Ela sempre trabalhou junto às comunidades e bairros da cidade do Rio de Janeiro, principalmente os da Zona Oeste, antes mesmo de concorrer à sua primeira eleição para a Câmara de Vereadores do município, em 92. Quatro anos depois, foi eleita vereadora pela primeira vez pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Empossada em 1997, em seguida, em 1999, exerceu o cargo de 2ª vice-presidente da Câmara e se destacou como uma das vereadoras mais atuantes, dinâmicas e realizadoras, fortemente ligada às lutas sociais.

Reeleita em 2000, presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou a Máfia do IPTU, que resultou na demissão de fiscais de renda a bem do serviço público – decisão inédita na Câmara –, na devolução de R$ 80 milhões aos cofres públicos e em quatro anos aumentou a arrecadação do imposto para os cofres da prefeitura em mais de R$ 100 milhões. Nessa mesma legislatura, Lucinha foi presidente da Comissão de Saúde. Já para o seu terceiro mandato, foi reeleita como a segunda vereadora mais votada da cidade, com quase 70 mil votos, 60 mil dos quais na Zona Oeste, o que a tornou uma vereadora distrital, onde continuou trabalhando para uma melhor qualidade de vida dos moradores da região.

Nas eleições de 2008, ela foi a vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro, com 68.799 votos, a maior votação de um político da Zona Oeste. Na questão dos resíduos sólidos (lixão), Lucinha defendeu a necessidade de distribuir em cada região da cidade, a responsabilidade de cuidar da sua própria coleta e o destino final, em vários aterros sanitários. Ela foi relatora da CPI do lixo que impediu a instalação do Aterro Sanitário em Paciência, através do Decreto Legislativo 602/2007.

Em 2011, Lucinha toma posse como Deputada Estadual, sendo a candidata mais votada do PSDB para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).




Fonte: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e Polícia Federal

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