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Confederação Brasileira de Skate é desfiliada da World Skate e não representa mais o Brasil

Decisão gera controvérsia e atletas protestam nas redes sociais

Por Pedro Hedenborg em 14/01/2024 às 06:00:00

Foto: Julio Detefon/CBSK

Desde que a World Skate, federação responsável pelo skate olímpico, comunicou a desfiliação da Confederação Brasileira da modalidade (CBSk), na última quarta-feira (10), os principais atletas do país se manifestaram a favor da entidade nacional. O Comitê Olímpico do Brasil (COB), indicado para gerir o esporte até os Jogos de Paris, na França, também se pronunciou, garantindo que a preparação não será comprometida, apesar de os skatistas afirmarem o contrário.

A Confederação Brasileira de Skate (CBSk) afirma que a decisão tem teor político e está cheia de irregularidades. Afirma também que foi uma atitude arbitrária, comparando com o caso de quando o presidente da confederação foi suspenso, o que foi revertido na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
Depois da decisão, a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins (CBHP) é a única que permanece filiada a World Skate no Brasil. A CBSk afirma que continuará atuando no Brasil, já que a World Skate não tem autonomia para interferir em quem deve ou não gerir os esportes.

Ainda em 2023, a World Skate notificou que só iria filiar uma confederação de cada país. Até então, duas eram filiadas: A CBHP e a CBSk. A World Skate é uma entidade que abrange 12 esportes sobre rodas e uma vez que não houve a fusão de confederações no Brasil, ela decidiu desfiliar a CBSk. A tendência é que haja uma nova entidade que abarca estes esportes sobre rodas, que inclusive já tem nome, a Skate Brasil. Mas ainda não existe oficialmente.

A CBSk e seus atletas conquistaram o quarto maior orçamento dentre as confederações do Comitê Olímpico. A confederação frisa que esse acordo seja respeitado em ambas as partes e que ainda, muitos atletas têm essa verba como garantia e dela usufruem para preparações olímpicas. Embora não haja risco da desclassificação de atletas brasileiros nas Olimpíadas de Paris 2024, a CBSk não representa mais os brasileiros em âmbito internacional.

Vários atletas declararam apoio a CBSk, como Pedro Barros, Giovanni Vianna, Rayssa Leal, Gabi Mazetto e Augusto Akio. Todos estes atletas publicaram nota no Instagram com textos expressando seus descontentamentos com a decisão da World Skate. A World Skate se defendeu afirmando que a ação foi dentro das regras e a CBHP garantiu que skatistas não serão prejudicados após a desfiliação, é o que afirma Moacyr Jr, presidente da entidade.

“[...]é a entidade que me sinto representado, se não for o skateboard, não tem sentido tudo isso”, disse Giovanni Vianna.



“[...]Vou exemplificar: imaginem que a comunidade do basquete recebe um comunicado de que não será mais representada pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete), mas sim pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), pois é um esporte de bola, rede e se joga com as mãos…”, explica Pedro Barros não escondendo o seu descontentamento.


“Tudo o que foi conquistado pelo skateboard é mérito da comunidade do skateboard (lojistas, criadores de marcas, fabricantes, fotógrafos, videomakers, skatistas, patrocinadores, construtores de pistas, organizadores de eventos, entre outros)! #somostodosskateboarding #somostodosCBSK”, destacou Augusto Akio.


“Os eventos que tiveram e os treinos que prepararam a gente pra ganhar 3 medalhas pro Brasil, foram realizados por uma federação que entende da nossa cultura, que entende de skateboard. Uma federação de skate de verdade. Sou @cbskskate !”, frisou Rayssa Leal, a Fadinha.


“Essa decisão injusta e não democrática abala meu preparo psicológico, técnico e físico para os Jogos Olímpicos. Durante a gravidez e hoje durante este processo da lesão, a equipe da Cbsk sempre esteve presente, poderiam ter desacreditado em mim, mas eles me apoiaram e deram todo o suporte preciso. Sinto uma tristeza profunda ao ter que representar uma federação que nunca fez algo pelo skate, eu me mantenho leal ao skateboarding”, afirma Gabi Mazetto.


O Comitê Olímpico contratou Tatiana Lobo, que já fora gerente da CBSk, gestora específica para administração do time brasileiro. Ney Wilson, diretor de esportes de alto rendimento do COB, afirmou:
“Nossa preocupação é com os atletas. Não temos nada a ver com a briga entre CBSk e federação internacional”, comentou.

Ney Wilson disse que se reunirá com atletas na próxima segunda (19) para discutir o futuro da modalidade. O diretor afirma buscar o empirismo dos atletas, sobre o ponto de vista de quem compete, além de auxiliá-los e saber a opinião de todos depois da decisão e debater como e quais serão os investimentos nessa nova fase. Ney Wilson garante ainda que a COB não teve envolvimento no conflito entre a WS e CBSk.

Os jogos olímpicos estão previstos para acontecerem entre 26 de julho e 11 de agosto.



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