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Beber água apenas quando surge sede é um erro, afirma especialista

Hidratar-se com mais frequência no verão ajuda a prevenir pedras nos rins e outras complicações renais

Por Portal Eu, Rio! em 15/01/2024 às 11:51:39

Foto: Divulgação

É um erro esperar surgir a sede para se tomar líquidos. Porém, essa prática é bem comum entre a população. Há, inclusive, pessoas que apenas ingerem bebidas quando a sede chega num nível muito alto. Para que o corpo esteja efetivamente hidratado, é necessário tomar entre 1,5 e 2,5 litros por dia, dependendo do peso corporal. Para que esse volume seja atingido, são necessários de 8 a 13 copos de 200 mls por dia, algo que o corpo não pede ao longo de um dia naturalmente pela sede.

De acordo com a coordenadora nacional de nutrição da Fresenius Medical Care, Raquel Carreiro da Silva, quando estamos com sede, pode ser um indicativo de que o organismo já esteja com o nível inadequado de hidratação. “Uma boa forma de identificar se o corpo está precisando de água é checar a coloração da urina, que deve ser sempre amarela clara e límpida. Quanto mais escura for a coloração da urina, maior é o sinal de que o corpo está mais desidratado”, lembra a nutricionista.

Ouça no podcast do Eu, Rio! o alerta da nutricionista Raquel Carreiro da Silva de que não se deve esperar a sede para beber água, em especial durante o Verão. Aviso particularmente importante para os idosos, que tem o metabolismo alterado pelo tempo e nem sempre se dão conta a tempo de uma desidratação em curso.

Verão pede maior ingestão hídrica

Beber mais água no verão ajuda a prevenir pedras nos rins e até mesmo outras complicações renais. Cerca de 60% do peso corporal do ser humano é formado por líquidos e por isso, a ingestão diária de água é fundamental para manter o bom funcionamento do organismo.

“Água é saúde e um componente essencial para a manutenção da vida. Ela atua na dissolução de vários compostos e influencia em diversos processos químicos. Além disso, mantém a temperatura corporal equilibrada. Na transpiração, por exemplo, sofremos uma perda de calor e precisamos reequilibrar o volume.

Vários fatores, além da ingestão de água, podem influenciar na formação de cálculos renais, as famosas "pedras nos rins”, como fatores genéticos, dieta inadequada, rica em sódio, açúcar, baixo consumo de frutas e hortaliças e uso de suplementos alimentares e vitamínicos sem orientação adequada. Mas uma boa hidratação ajuda a reduzir as chances de formação dos cálculos renais, e facilita a excreção de toxinas pela urina.

“Manter-se muito bem hidratado é fundamental, e ainda mais para quem já sofre com alguma problema de saúde. A hidratação contínua é importante durante todo o ano, mas com a chegada do verão, é importante incrementar a ingestão dos líquidos pois nos dias mais quentes é comum aumentar a transpiração”, alerta Raquel.

"Os dias de sol mais intenso exigem uma hidratação maior sobretudo para quem fica por muito tempo exposto ao sol. Praticantes de atividade física também precisam redobrar os cuidados e dependendo do tipo, intensidade e duração do exercício, essa quantidade precisa ser maior ainda”, afirma.

"Não existe uma recomendação única em relação à necessidade de água que possa ser aplicada a todos e a quantidade ideal a ser ingerida varia em relação ao sexo, peso, idade, presença de alguma doença e de fatores ambientais. Mas, em média, para um indivíduo adulto saudável, essa quantidade é em torno de 2,7 litros para mulheres e de 3,7 litros para homens”, explica.

Crianças, adolescentes e idosos são os mais sujeitos ao risco de desidratação

Na infância e adolescência, o consumo de água costuma ser mais baixo ainda e quando ingerem líquidos, muitos preferem a ingestão de bebidas açucaradas e refrigerantes. Além disso, o maior consumo de doces e salgadinhos por esse público é também um fator que promove maior necessidade no consumo de água. “Por isso, é tão importante que os responsáveis fiquem de olho e busquem alterar os hábitos das crianças, reduzindo doces e aumentando o de líquidos saudáveis. Entre tomar suco e beber água e comer fruta, a segunda opção é a melhor, mas o suco pode ser um bom aliado para crianças que rejeitam água. O ideal é desde cedo não oferecer bebidas açucaradas, para que a criança não deixe de aceitar bem a água”, reforça Raquel.

Já em pessoas idosas, pode ocorrer uma redução na sede. “Eles não bebem a quantidade de água necessária porque acham que não estão precisando. É outro público que merece atenção especial, afinal, a partir dos 40 anos, o rim perde 1% da sua capacidade. As doenças renais comumente aparecem em pessoas mais idosas. São os que mais precisam se hidratar bem”, destaca.

Quais as estratégias mais eficazes para aumentar o consumo de água?

Para muitas pessoas, manter o adequado consumo de água pode ser uma tarefa difícil. Uma estratégia válida para essa situação é o consumo de águas saborizadas ou aromatizadas, que são preparadas com frutas, ervas e especiarias colocadas em infusão na água como limão, laranja, abacaxi, gengibre, hortelã, manjericão, canela, entre outras. O importante é não adoçar essas bebidas.

“E para quem tem dificuldade de beber volumes de água de uma só vez ou para quem não tem tempo de levantar a todo instante, a dica é ter uma garrafa de água sempre à mão. Isso facilita o consumo de pequenas quantidades em vários momentos do dia e evita que o esquecimento impeça de se manter bem hidratado. Usar uma garrafa ou copo que mantém a bebida gelada é outra boa alternativa”, lembra Raquel.

Hidratação de pacientes renais crônicos exige planejamento por especialistas

Pessoas que possuem doença renal crônica avançada e fazem diálise podem ter que reduzir o volume de ingestão de líquido devido à perda da capacidade dos rins de eliminar o excesso de líquido do organismo através da urina. E com a chegada do verão, é recorrente a dúvida sobre volume de líquidos que os pacientes em diálise pode ingerir ao dia.

“Para controle do peso que o paciente acumula entre uma sessão de diálise e outra, o volume de líquido ideal varia de acordo com a transpiração e a diurese residual (urina). Para o paciente que está no estado de hidratação normal, o fundamental é que ele sempre ganhe menos do que 4% do seu peso entre as sessões de hemodiálise. Por exemplo, um paciente de 60Kg deve ganhar menos do que 2,4Kg neste período. Para o paciente em diálise peritoneal, como é um tratamento contínuo, o objetivo é regular a sua ingestão diária de líquidos para manter o seu peso corporal sempre próximo ao seu peso em normohidratação. Normalmente, a indicação diária é de 500ml mais o volume de urina de 24 horas. Em caso de clima quente, ou o paciente ter tido febre e diarreia, a quantidade de líquido pode aumentar, variando de 700ml a 1litro. O importante é sempre consultar o nutricionista para saber sobre as necessidades individuais”, explica a nutricionista.

Cuidados com o paciente renal estendem-se à alimentação

A ingestão de líquido não se limita apenas ao consumo de água, mas inclui todos os alimentos sólidos com o elemento em sua composição. O destaque vai, principalmente, para as frutas, as verduras e os legumes, que podem conter até 90% de água. Apesar de não haver uma orientação específica para subtrair o líquido contido nesse grupo, é recomendado o consumo equilibrado de alimentos com os maiores percentuais de umidade para não exceder o volume diário estabelecido.

“Os alimentos líquidos congelados ou à temperatura ambiente, como o gelo, a gelatina, as sopas, o sorvete, assim como a água ou outro veículo utilizado para tomar medicamentos, são todos parte da recomendação hídrica e devem ser descontados do volume total permitido para o consumo”, esclarece a nutricionista.

Dicas para renais crônicos controlarem a ingestão de líquidos:

- Evite alimentos muito salgados ou doces;

- Para promover mais saciedade, prefira bebidas e frutas geladas;

- Reserve, na sua quantidade recomendada, o quanto será destinado à água. Para maior controle, armazene em uma garrafa de uso pessoal.



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