Peter Tabichi recebeu o Prêmio Global de Professores da Varkey Foundation por seus esforços por melhores condições da escola secundária de Keriko, localizada em um vilarejo empobrecido na província de Pwani, no sudeste do país.
A seca e a fome são problemas frequentes para muitos dos que frequentam a escola, que possui um único computador com uma conexão de internet não confiável e uma relação aluno-professor de 58 alunos para um professor.
Além da seca e da fome, problemas como abuso de drogas, gravidez na adolescência e suicídio fazem com que muitos alunos simplesmente desistam de comparecer às aulas.
Tabichi foi fundamental para mudar as perspectivas de muitos dos alunos, ele lançou um clube popular de incentivo ao talento e expandiu o atual clube científico, que ajudou meninos e meninas a desenvolver projetos de pesquisa. Seu trabalho foi de tamanha qualidade que Tabichi orientou alguns de seus alunos na Feira de Ciências e Engenharia do Quênia, em 2018, onde os estudantes apresentaram um dispositivo para permitir que pessoas cegas e surdas pudessem enxergar e ouvir objetos.
Keriko ficou em primeiro lugar nacionalmente na categoria de escolas públicas, e houve sucesso semelhante em outras disciplinas.
A equipe de Ciências Matemáticas se qualificou para participar da Feira Internacional de Ciências e Engenharia da INTEL, que acontece no final do ano no Arizona, nos Estados Unidos. Os estudantes também foram homenageados pela Royal Society of Chemistry, do Reino Unido, por usar plantas locais para gerar eletricidade.
Tabichi - que doa 80% de sua renda mensal - foi recebido por uma recepção arrebatadora em uma cerimônia de premiação em Dubai no domingo (24), recebendo troféu e um prêmio de US $ 1 milhão das mãos do ator Hugh Jackman.
"Todos os dias na África, viramos uma nova página e um novo capítulo. Hoje é outro dia. Este prêmio não me reconhece, mas reconhece os jovens deste grande continente. Só estou aqui por causa do que meus alunos conseguiram. Este prêmio dá a eles uma chance. Diz ao mundo que eles podem fazer qualquer coisa." Disse o professor.
A outra finalista foi a professora brasileira Debora Garofalo, reconhecida internacionalmente por seu trabalho com alunos de uma área carente de São Paulo, onde ajudou a identificar e mapear os problemas sociais e econômicos da região através da fotografia.