Nos próximos dias 29, 30 e 31, o espetáculo teatral "Por Elas", vai se apresentar gratuitamente no Museu da Justiça, no Centro do Rio de Janeiro. O objetivo primordial da peça é provocar a reflexão e estimular o debate sobre os direitos humanos e equidade de gênero, cooperando para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio na sociedade.
Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de "Por Elas", dirigida por Sílvia Monte, com texto de sua autoria em parceria com o advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes, passeia pelo épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias de outras tantas mulheres brasileiras.
A figura masculina, evocada pelas lembranças das mulheres, provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de amor, ódio, submissão e poder presentes nas relações entre mulheres e homens em uma sociedade patriarcal que estimula o machismo.
"A nossa sociedade é muito machista e lida com isso de forma naturalizada. Comportamentos machistas acontecem de forma corriqueira e são reproduzidos dentro da família, na escola, no trabalho, com os amigos, enfim, nas nossas relações do dia a dia. "Por Elas" trata disso. Nas vozes e na histórias das mulheres da peça ecoam comportamentos violentos e abusivos, muito deles consentidos e perpetuados pelas próprias mulheres. A visão machista do mundo é uma das razões fundamentais para que aconteçam todos os tipos de atos violentos em relação à mulher, desde um comentário desagradável ao corpo da mulher, até o seu assassinato por razão de gênero. A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações", defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.
O elenco é formado por Adriana Seiffert, Ana Flávia Bishuettes, Elisa Pinheiro, Letícia Vianna, Natalia Balbino, Renata Guida, Rosana Prazeres e Lucas Gouvêa. Na ficha artística, composta basicamente por mulheres, Luci Vilanova assina o figurino que dialoga com a economia de elementos, equaliza o grupo de mulheres e Maíra Freitas cria a trilha com músicas originais inspiradas a partir de elementos sonoros das histórias dos personagens.
O Museu da Justiça-Centro Cultural do Poder Judiciário fica na Rua Dom Manuel, 29, térreo. A entrada é grátis, com retirada de senha a partir das 18h30.