A agremiação homenageou Portugal com o samba-enredo "O Conto de Fados". A escola relembrou a época das navegações e as lendas portuguesas e passeou pela história de Portugal, explorando mitos, lendas e símbolos lusitanos. O tema, no entanto, não empolgou o públicoda Marquês de Sapucaí. O enredo citou lendas como o monstro Adamastor, associado ao Cabo das Tormentas, e o Dragão de Quatro Cabeças que aterrorizava marinheiros rumo à China.
O samba-enredo, que não figurava entre os melhores do ano, não funcionou, deixando o desfile ainda mais morno, apesar dos esforços dos diretores de Harmonia. Faltou, também, entre os componentes a garra habitual da Unidos da Tijuca.
Comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, a comissão de frente representou a origem de Lisboa. Com belo figurino e boa sintonia de movimentos, o grupo porém, não teve um clímax que favorecesse uma abertura impactante.
O terceiro carro alegórico alertava sobre a destruição causada pela colonização. A letra do samba-enredo aponta que, ao mesmo tempo em que temiam os monstros nos mares, os portugueses eram os monstros dos territórios que invadiam.
O ponto alto do desfile foi a passagem da bateria do mestre Casagrande, considerada uma das melhores do Grupo Especial. Tendo a cantora Lexa como rainha, cuja fantasia fazia referência a Aragonta, a última rainha moura — também conhecida como matriarca da diversidade - os ritmistas deram tudo de si, assim como o performático intéprete Ito Melodia, ex-União da Ilha.
A noite também foi marcada pela estreia do veterano carnavalesco Alexandre Louzada e pelo retorno da experiente porta-bandeira Lucinha Nobre (ex-Portela), que dançou com o mestre-sala Matheus André.