Um novo pedido de impeachment contra o Prefeito do Rio Marcelo Crivella foi protocolado, na tarde desta segunda-feira (01), na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O pedido foi realizado pelo Auditor Fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda da Prefeitura do Rio, Fernando Lyra Reys. O auditor fiscal denuncia o prefeito do Rio por suposto envolvimento no crime de responsabilidade por conta da renovação de contratos de mobiliários urbanos que envolve a instalação e a manutenção de relógios com termômetros e abrigos de pontos de ônibus. O contrato foi assinado, em dezembro de 2018, pelo prefeito e favoreceria as empresas OOH Clear Channel e JCDecaux. O pedido será publicado no Diário Oficial do Município e será analisado pelo presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB).
Caso esse pedido seja aceito pelo presidente da Câmara, os vereadores terão que constituir uma comissão que terá até 90 dias para dar um parecer se será votada a admissibilidade ou não do impeachment.
Na última quinta-feira, um outro pedido de impeachment foi feito pelo advogado Pablo Filipe de Andrade que acusava Crivella por supostas irregularidades na compra de um terreno da Caixa Econômica federal, em Rio das Pedras. O pedido foi rejeitado pelo presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), que alegou não ser crime de responsabilidade e que não tinha fundamentação jurídica.
O vereador Átila Nunes Filho (MDB), autor do 1º pedido de impeachment, fez um vídeo nas redes sociais pedindo o apoio da população.
"Se você assim como eu também acha que esse prefeito está destruindo a nossa cidade é muito importante manter a pressão popular, para que, ao término desse processo, seja aceita essa admissibilidade do pedido de impeachment. Assim, de hoje até 80 dias, que de fato, finalmente, a gente possa afastar, de uma vez por todas, esse prefeito Crivella", disse o vereador Átila Nunes.
Já a bancada do PSOL emitiu a seguinte nota através das redes sociais:
"DERROTAR CRIVELLA SEM TIRAR DO POVO O DIREITO AO VOTO
Marcelo Crivella é um péssimo prefeito. Não teve competência para resolver a crise na saúde, não preparou a cidade para as chuvas de verão, se rendeu aos interesses da máfia dos ônibus, aumentou o caos na educação pública, deixou a cidade largada e ainda aumentou a injustiça na cobrança de IPTU.
Desde o ano passado, se multiplicam as denúncias de nepotismo, improbidade e mau uso dos recursos públicos que resultaram em dois pedidos de impeachment que, apesar de terem sido apoiados pela bancada do PSOL, foram rejeitados pela maioria da Câmara.
Esta semana, a mesma maioria que impediu a abertura de investigações em 2018 tentou mudar a legislação para tornar indireta a escolha do sucessor de Crivella no caso de ele ser cassado. Ou seja, aqueles vereadores que até ontem eram da base do governo, agora aceitam derrubar o prefeito, mas apenas se eles mesmos controlarem a sucessão, retirando do povo o direito de votar. Foi contra essa manobra que a bancada do PSOL votou.
Reflita com a gente: por que a maioria destes 33 vereadores quer mudar a Lei Orgânica e tornar indireta a eleição do sucessor de Crivella em caso de impeachment? Nossa avaliação é que eles não querem melhorar a cidade, mas apenas melhorar as condições para que seus interesses e privilégios sejam mantidos. E você? Prefere votar diretamente ou deixar nas mãos dos 51 vereadores a escolha do novo prefeito em caso de impeachment? Para a bancada do PSOL, o povo deve decidir!
Tudo indica que, ao longo desta semana, chegarão à Câmara novos pedidos de impeachment do atual prefeito. Caso tenham o mínimo de materialidade, terão o apoio da nossa bancada. Crivella não tem mais condições de administrar o Rio de Janeiro. Mas, a saída dessa crise passa pelo fortalecimento da democracia e não pelo enfraquecimento da soberania popular.
Se Crivella cair, diretas já!
Bancada do PSOL Carioca
Vereador Babá
Vereador Leonel Brizola
Vereador Dr. Marcos Paulo
Vereador Paulo Pinheiro
Vereador Renato Cinco
Vereador Tarcísio Motta”