Se, antes, ser enfermeiro era uma referência a quem cuidava de pessoas convalescentes, idosos e deficientes, hoje, encontramos cada vez mais enfermeiras e enfermeiros – embora os homens sejam minoria na profissão – ocupando cargos de gestão, de análise de dados e muito mais.
Elaine López é um exemplo de quem rompeu bolhas. Diretora do Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói, referência em pediatria no Estado, administrado pelo Instituto Ideias, Elaine faz aqui um relato em primeira pessoa da multidisciplinaridade e o empoderamento das pessoas que abraçaram essa profissão milenar.
Confira:
“A enfermagem é mais do que uma profissão para mim; é uma verdadeira missão de vida. Quando escolhi essa carreira, sabia que enfrentaria desafios, mas não imaginava o quanto essa escolha moldaria minha trajetória pessoal e profissional. Hoje, como diretora de um hospital pediátrico Getulinho, referência em Niterói, sinto um imenso orgulho da minha jornada e da minha contribuição para a sociedade.
Resistir é essencial, mas também precisamos aprender a coexistir neste novo cenário mundial. Com novas tecnologias e atores sociais emergentes, a enfermagem está se adaptando e se valorizando cada vez mais. Nossa missão de defender a vida permanece, agora ampliada para incluir a compreensão e atuação em contextos mais amplos, como as crises climáticas que afetam diretamente a saúde das comunidades.
Os três eixos temáticos desta semana — a dissociação entre ensino e serviço, a necessidade de romper com o modelo biomédico tradicional e a alienação política — são de extrema relevância. Precisamos formar profissionais preparados para a realidade brasileira, integrar novos conceitos de saúde e fortalecer a enfermagem como uma categoria política ativa, que luta não apenas pela saúde, mas também pelos seus próprios direitos.
A gestão hospitalar é desafiadora e dinâmica, e eu adoro isso. Cada desafio é uma oportunidade de aprender e melhorar. Lidar com novas tecnologias, doenças emergentes e as complexidades das relações humanas no ambiente de trabalho são partes essenciais do meu cotidiano. Neste mundo globalizado, sinto-me cada vez mais fortalecida na minha identidade como enfermeira e gestora.