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Conheça a enfermeira que "furou a bolha" e hoje dirige um grande hospital

“Romper bolhas para o resistir e coexistir” é o tema da 85ª Semana da Enfermagem, comemorada até 20 de maio

Por Portal Eu, Rio! em 17/05/2024 às 10:35:29

Foto: Divulgação

Se, antes, ser enfermeiro era uma referência a quem cuidava de pessoas convalescentes, idosos e deficientes, hoje, encontramos cada vez mais enfermeiras e enfermeiros – embora os homens sejam minoria na profissão – ocupando cargos de gestão, de análise de dados e muito mais.

Elaine López é um exemplo de quem rompeu bolhas. Diretora do Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói, referência em pediatria no Estado, administrado pelo Instituto Ideias, Elaine faz aqui um relato em primeira pessoa da multidisciplinaridade e o empoderamento das pessoas que abraçaram essa profissão milenar.

Confira:

“A enfermagem é mais do que uma profissão para mim; é uma verdadeira missão de vida. Quando escolhi essa carreira, sabia que enfrentaria desafios, mas não imaginava o quanto essa escolha moldaria minha trajetória pessoal e profissional. Hoje, como diretora de um hospital pediátrico Getulinho, referência em Niterói, sinto um imenso orgulho da minha jornada e da minha contribuição para a sociedade.

Semana da Enfermagem
O tema da Semana da Enfermagem deste ano, "romper bolhas no mundo atual para resistir e coexistir na enfermagem", comenorada até 20 de maio, ressoou profundamente comigo. A profissão de enfermagem sempre esteve marcada pela resistência, enfrentando a precarização e lutando por reconhecimento em uma área predominantemente feminina. É impressionante pensar que 70% da força do SUS é composta por profissionais de enfermagem, evidenciando nossa importância crucial para o sistema de saúde.

Resistir é essencial, mas também precisamos aprender a coexistir neste novo cenário mundial. Com novas tecnologias e atores sociais emergentes, a enfermagem está se adaptando e se valorizando cada vez mais. Nossa missão de defender a vida permanece, agora ampliada para incluir a compreensão e atuação em contextos mais amplos, como as crises climáticas que afetam diretamente a saúde das comunidades.

Os três eixos temáticos desta semana — a dissociação entre ensino e serviço, a necessidade de romper com o modelo biomédico tradicional e a alienação política — são de extrema relevância. Precisamos formar profissionais preparados para a realidade brasileira, integrar novos conceitos de saúde e fortalecer a enfermagem como uma categoria política ativa, que luta não apenas pela saúde, mas também pelos seus próprios direitos.

Trajetória pessoal e profissional
Minha trajetória pessoal também foi marcada pelo "romper de bolhas". Ser uma das poucas gestoras enfermeiras, com experiência em níveis municipal, estadual e federal, exigiu muita competência e determinação. Sempre senti a necessidade de provar minha capacidade, não só por ser mulher, mas também por ser enfermeira. Acredito que minha posição abre caminhos para outras enfermeiras, mostrando que nossa formação nos prepara para muito mais do que a assistência direta — estamos aptas para a gestão e para liderar mudanças significativas na saúde.

A gestão hospitalar é desafiadora e dinâmica, e eu adoro isso. Cada desafio é uma oportunidade de aprender e melhorar. Lidar com novas tecnologias, doenças emergentes e as complexidades das relações humanas no ambiente de trabalho são partes essenciais do meu cotidiano. Neste mundo globalizado, sinto-me cada vez mais fortalecida na minha identidade como enfermeira e gestora.

A paixão pelo que faço é o que me motiva a continuar. A cada dia, reafirmo meu compromisso com a enfermagem e a gestão, buscando sempre o melhor para nossos pequenos pacientes e suas famílias. Tenho muito orgulho da minha carreira e do impacto positivo que posso ter na vida das pessoas. Enfermagem é, sem dúvida, a defesa de todas as vidas, e essa é a minha vocação maior”.


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