De acordo com dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2017, 11,1 milhões de brasileiros, entre 15 e 29 anos, estão fora da escola e também não trabalham. O número aumentou em 619 mil jovens de 2016 para 2017. É a famosa geração nem-nem, a qual representa 23% do total dessa faixa etária no Brasil. Na América Latina, no mesmo grupo estão o México, com 25% e El Salvador, com 24%. No outro extremo está o Chile, onde apenas 14% se encontra nessa situação.
A melhor forma de contribuir para modificar esse cenário é o investimento em políticas públicas, como o estágio. Afinal, de acordo com a Lei 11.788/08, a atividade exige estar regularmente matriculado e frequentando o ensino médio, técnico, superior ou tecnólogo. Além disso, concede ao estudante uma bolsa-auxílio para ele conseguir se manter, como também auxílio-transporte, recesso remunerado, seguro contra acidentes pessoais e carga horária máxima de 6h diárias e 30h semanais na corporação.
Segundo pesquisa realizada pela Abres - Associação Brasileira de Estágios, existem hoje no Brasil 1 milhão de estagiários. Ou seja, 740 mil universitários e 260 mil do nível médio e técnico. Contudo, temos 8.286.663 de graduandos no país e 9.394.117 de alunos secundaristas, conforme indicam os dados do último Censo Inep/MEC. Logo, a oferta de vagas não acompanha a demanda e muitos não conseguem uma colocação.
Para quem ainda tem dúvidas sobre a aquisição dessa mão de obra, é válido lembrar as vantagens desse tipo de contratação. Pela legislação, o estágio não cria vínculo empregatício e, por isso, a empresa fica liberada de pagar encargos fiscais, como 13º salário, INSS, FGTS, um terço sobre férias, entre outros.
Além disso, a companhia pode moldar esses colaboradores, treinando-os para futuros cargos de gestão. Mesmo porque, segundo levantamento, até 60% dos estagiários são efetivados ao fim do contrato, comprovando sua eficiência e o seu alto aproveitamento dentro da instituição.