O 1º Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, apresentado recentemente pelo Ministério da Educação, revela que 56% das crianças no segundo ano do ensino fundamental das redes públicas do país aprenderam a ler e escrever em 2023. O levantamento indica dados satisfatórios quando levada em conta a meta estipulada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“Se chegarmos ao fim de 2030 com mais de 80% das crianças alfabetizadas na idade certa, tenho certeza de que esse será um dos maiores legados que vamos deixar para o futuro do nosso país e para o futuro das nossas crianças e jovens”, avalia Camilo Santana, ministro da Educação.
Para a professora Lívia Miranda, que dedica seu doutorado à Educação na Universidade Federal Fluminense (UFF), é preciso dar ao setor um olhar histórico de reparação. “O Dia Mundial da Alfabetização (celebrado em 8 de setembro) nos sugere a reflexão de que todos os indivíduos têm condição de aprender. Para isso, é importante investimento na escola pública para garantir que todas as crianças estejam em unidades com boa estrutura e que seu corpo de profissionais tenha formação de alto nível. É uma necessidade enfrentar uma lacuna histórica, ocupada por meninas, mulheres e, principalmente, a juventude da periferia. As pessoas mais pobres e com deficiência foram historicamente segregadas, impedidas de aprender e estar na escola”.
O 1º Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada mostrou que o Brasil recuperou o desempenho anterior à pandemia de Covid-19. Essa era uma meta estabelecida pelo Ministério da Educação para o ano passado, por meio do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.
“No ano passado, foi feita a primeira avaliação nesse parâmetro e, pela primeira vez, temos um resultado de avaliação de alfabetização parametrizada para todo o país. Hoje, nós podemos acompanhar cada criança que está no final do segundo ano no Brasil. Também pela primeira vez, temos dados estratificados por município”, pontuu a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt.