Clarissa Abbadie Auler, 45 anos, natural de Alegrete (RS), vive há cinco anos com um coração transplantado. Após ser diagnosticada com insuficiência cardíaca em outubro de 2018, Clarissa passou por diversos tratamentos até que a melhor solução foi o transplante cardíaco, um marco que lhe deu uma nova chance de vida.
Desde então, ela vem se dedicando à conscientização sobre a importância da doação de órgãos, participando de campanhas e concedendo entrevistas que promovem a causa. Clarissa usa sua própria experiência de superação para inspirar outras pessoas a conversarem com suas famílias e considerarem a doação de órgãos, um gesto que pode salvar inúmeras vidas.
"Nós, pessoas transplantadas, adquirimos a dádiva do recomeço, através do 'sim' de uma família doadora, sob as bênçãos de Deus e da nossa equipe médica", reflete Clarissa.
Setembro é um mês especial para essa causa, conhecido como Setembro Verde, quando, na próxima sexta-feira (27), celebra-se o Dia Nacional em Prol da Doação de Órgãos. Neste período, Clarissa tem sido uma voz ativa, engajada em parcerias como a do “Movimento Médicos Atletas”, criado para promover a prática esportiva como um meio de saúde e bem-estar, além de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Foi por meio dessa iniciativa que surgiu a categoria "Atletas Transplantados", dedicada a conscientizar o público sobre a importância de ser doador de órgãos, especialmente através do esporte.
Clarissa é praticante de natação em mar aberto e competidora de maratonas aquáticas, superando os desafios que seu corpo enfrentou após o transplante. Sua jornada como “Atleta Transplantada” a levou a participar do Desafio do Calendário, uma competição que busca eleger atletas transplantados para integrar um calendário especial de 2025, destinado a aumentar a visibilidade sobre a doação de órgãos. Com 57% dos votos, sua vitória foi garantida.
“Sem palavras para agradecer todos e todas que votaram e me apoiaram nesse desafio lindo e muito importante para o incentivo à prática dos esportes, principalmente para nós, transplantados e transplantadas, onde a prática da atividade física faz com que a nossa linha da vida prolongue ainda mais.”
Além de Clarissa, vários outros atletas garantiram seu nome e imagem no calendário, e terão apoio de um orientador físico por um ano, entre outros prêmios.
A sua história é um exemplo poderoso do impacto positivo que a doação de órgãos pode ter, transformando não só a vida dos receptores, mas também sensibilizando famílias a dizer "sim" a essa causa.
A luta de Clarissa e de tantos outros que passaram por transplantes é um lembrete da fragilidade da vida e da importância da solidariedade. Neste Setembro Verde, ao refletir sobre a doação de órgãos, ela nos convida a agir e a conversar, pois cada vida doada pode transformar não apenas um destino, mas várias histórias.
Com um sorriso no rosto e determinação no coração, Clarissa Abbadie Auler continua sua natação, agora com um propósito maior: ser a voz da mudança e da esperança para muitos.
Neste sábado (28) acontecerá, na Urca, a 3ª edição da "Remada Setembro Verde", evento pioneiro idealizado por Rejane Coelho, psicóloga e remadora do Rio Va’a Clube. O evento, que conta com o apoio de diversos segmentos empresariais, do Rio Transplantes, da Secretaria Estadual de Saúde e da ANPPT (Associação Nacional de Pré e Pós Transplantados), promete atrair um número grande de participantes. Em 2022, 70 remadores estiveram presentes; em 2023, o número saltou para 186. O evento não apenas celebra a doação de órgãos, mas também representa a força de pessoas transplantadas, que servem como um grande incentivo à doação, mostrando o renascimento que a generosidade de uma família pode proporcionar.
Para maiores informações acesse: https://www.instagram.com/avida_convida/