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Ministério Público denuncia 17 PMs por integrar milícia do Bateau Mouche, na Praça Seca

Policiais militares vazavam dados sobre local de operações, atuavam como motoristas, vendiam armas e munições

Por Portal Eu, Rio! em 26/09/2024 às 12:40:04

Foto: Reprodução/TV

O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), cumpre 37 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a 17 policiais militares, nesta quinta-feira (26/09). Na segunda fase da operação Naufrágio, o GAECO/MPRJ denunciou 17 PMs pelos crimes de associação criminosa voltada para a prática de milícia, extorsão, comércio ilegal de armas de fogo e corrupção passiva. De acordo com a denúncia, os policiais militares atuavam como informantes de um grupo criminoso que atua na Comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá. A ação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil.

De acordo com as investigações, que contaram com informações e relatórios de análise produzidos pela Ssinte/PCERJ, os denunciados forneciam à milícia da Zona Oeste informações privilegiadas sobre operações, negociavam a venda de armas e munições, e atuavam como motoristas dos milicianos nos deslocamentos entre comunidades do Bateau Mouche, Barão, São José Operário, Campinho, Fubá, Chacrinha e Quiririm.

Entre os denunciados estão oficiais e um coronel da Polícia Militar. A pedido do GAECO/MPRJ, o Juízo da Auditoria da Justiça Militar determinou a suspensão integral do exercício da função pública dos denunciados, a suspensão do porte de armas de fogo, entre outras medidas cautelares.

Na ação penal, o GAECO/MPRJ aponta diálogos em que milicianos indicam aos policiais os locais exatos para incursões, detalhando os trajetos com pontos de referência para evitar erros na comunidade. Em outra conversa, um policial militar informa que haverá “treino em outro ambiente”, em referência a não haver operação policial nas áreas de atuação da milícia, complementando que quando houver operação informará um dia antes. A operação mencionada foi coordenada pelo 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).

Os mandados estão sendo cumpridos nos endereços dos denunciados, bem como nos batalhões em que os PMs estão lotados atualmente: Departamento Geral do Pessoal (Centro), Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Centro), 41° BPM (Colégio), 40º BPM (Campo Grande), 9º BPM 2ª CIA (Honório Gurgel), 5º BPM (Gamboa), 18º BPM (Freguesia), 15º BPM (Duque de Caxias), 18º BPM (Freguesia), 20º BPM (Mesquita), BPCHOQUE (Centro) e Diretoria de Licitações e Projetos (Centro).



Fonte: Agência Brasil e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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