Os moradores do bairro de Jardim Catarina, no município de São Gonçalo, estão assustados com a atuação dos traficantes. Desde o dia 26 de abril, quando o chefe do tráfico de drogas da região foi morto, o clima anda tenso. Segundo informações anônimas, Schumaker Antonacio do Rosário, 35, teria sido executado depois de problemas com aliados. Ele pertencia a facção Comando Vermelho e era um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro.
Após o episódio, quem mora na localidade continuou refém das leis do tráfico. Um morador procurou o portal Eu,Rio! para denunciar as arbitrariedades cometidas pelos bandidos. Por receio de represálias, ele preferiu não se identificar.
"Eles ainda estão usando as barricadas e controlando a internet e os moto-táxis. Também impedem a circulação dos ônibus forçando a população a usar as motos porque eles faturam em cima disso. Passam de rua em rua tocando o terror psicológico com os moradores. Está cada vez mais complicado. Só nos resta pedir ajuda a imprensa, pois aqui dentro eles só respeitam o BOPE ou o CHOQUE. Isso porque, já comprovamos que os policiais do 7°BPM são todos coniventes com os traficantes. Eles vêem as coisas e fingem que não sabem. Nós vivemos assustados e trancados dentro de casa", relatou o morador.
O homem ainda contou que quem domina o bairro e todas as comunidades em volta é o Comando Vermelho (CV), pois a facção rival não conseguiu tirá-los. Ele também disse que antes o local não era tão violento e que nos últimos anos a presença dos traficantes só aumentou.
"Agora, após a morte do Schumaker, quem assumiu foi o Eskilo que é mais violento e já avisou que vai cobrar R$20 dos moradores, R$50 dos comerciantes pequenos e R$ 100 do grandes. Se já é difícil conviver com os impostos legais, imagina com esses extras. Está bem complicado", lamentou.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação tem atuado no bairro de Jardim Catarina por meio do 7º BPM e, em ações estratégicas, com esquipes do Comando de Operações Especiais (COE). Segundo a corporação, no último dia 5, uma ampla operação para retirada de barricadas foi desencadeada na região. Desde o início da disputa territorial entre criminosos rivais, o policiamento foi intensificado no bairro.
A PMERJ também reiterou a importância das denúncias através dos canais oficiais, como o Disque Denúncia (2253-1177). Pelo número, o anonimato é garantido.