Durante muitos anos, as campanhas para prevenção do câncer de mama, doença que deve atingir cerca de 73,4 mil mulheres no ano que vem no Brasil, focavam no autoexame e na necessidade de as mulheres apalparem com frequência os seios, de acordo com folhetos explicativos. A abordagem, no entanto, está ultrapassada e pode adiar as chances de detecção de nódulos, diz a oncologista clínica e professora da UNIG Ana Cristina Valverde. A prática tem limitações, principalmente quando realizada em mamas mais densas ou no período menstrual.
“Nesses casos, a apalpação pode não ser confiável, levando à percepção da inexistência de nódulos devido ao inchaço das glândulas mamárias. Além disso, o autoexame não detecta nódulos pequenos, apenas os maiores, já em estágio avançado, o que pode comprometer o diagnóstico precoce da doença”, diz a professora da Unig.
Ana Cristina diz que, para um diagnóstico preciso, é necessário aliar dois exames de imagem, a mamografia e, no caso de suspeita de nódulos, a ultrassonografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mamografia seja feita por todas as mulheres a partir dos 40 anos. Já o Ministério da Saúde preconiza que o exame seja feito a partir dos 50 anos, de dois em dois anos, o que deixa de fora uma faixa importante da população.
“O câncer de mama no Brasil apresentou trajetória de crescimento nos últimos anos, se alastrando por todas as faixas etárias, incluindo as mulheres mais jovens”, destaca a professora da UNIG.
Além dos exames, outros fatores podem indicar a presença de câncer de mama. Os principais sintomas da doença são, além dos caroços na mama, vermelhidão da pele, retração ou saída de líquido espontâneo e anormal do mamilo.
Alguns fatores sociais e comportamentais aumentam o risco do câncer de mama, que é mais comum após os 50 anos. Para evitar a doença, é importante adotar hábitos de vida mais saudáveis já que o tabagismo, o alcoolismo, a obesidade e a vida sedentária aumentam os riscos para tumores nas mamas e em outros órgãos.
A prática de exercícios físicos pode reduzir as chances de desenvolver a neoplasia e a recomendação é que se faça, pelo menos, 150 minutos de atividade intensa por semana.