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Júri popular começa hoje

Promotoria estadual busca pena de 84 anos de prisão para executores de Marielle Franco e Anderson Gomes

GAECO/MPRJ denunciam ex-PMs do Escritório do Crime por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação de carro roubado


Inquérito apontou Ronnie Lessa como autor dos disparos e Elcio Queiroz como condutor do Cobalt usado na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. Fotos: Arquivo Polícia Civil

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Caso Marielle Franco e Anderson Gomes (GAECO/FTMA) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) vai requerer, ao Conselho de Sentença do IV Tribunal do Júri, a condenação máxima para os executores da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A pena dos réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pode chegar a 84 anos de prisão. O Júri terá início nesta quarta-feira (30/10), às 9h.

Os dois foram denunciados pelo GAECO/MPRJ por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018. Ronnie e Elcio foram presos na operação Lume, deflagrada pelo MPRJ e pela Polícia Civil, em março de 2019.

Para o Tribunal do Júri, foram selecionadas 21 pessoas comuns. Deste grupo, sete serão sorteadas na hora para compor, de fato, o júri.

Assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista do mandato, Anderson Gomes, será julgado mais de seis anos após o crime

Durante os dias de julgamento, os jurados ficam incomunicáveis e dormem em dependências restritas do Tribunal de Justiça do Rio. Para o julgamento, o MPRJ pretende ouvir sete testemunhas. A acusação contará com os depoimentos da única sobrevivente do atentado, a jornalista Fernanda Chaves, que estava no carro com a vereadora e o motorista, além de familiares das vítimas e dois policiais civis. O processo que levou à prisão de Lessa e Queiroz tem 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos.

Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre o julgamento dos executores da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista do mandato, Anderson Gomes.

O Ministério Público pretende ouvir sete testemunhas, inclusive o depoimento da única sobrevivente do atentado, a jornalista Fernanda Chaves, assessora de Marielle, que a acompanhava no carro.

O processo tem mais de 13 mil páginas. Os denunciados serão ouvidos por videoconferência. Ronnie está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e, Élcio, no Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília.

Os dois são réus confessos e fizeram delações premiadas com a Polícia Federal para esclarecer o crime. Lessa deu os tiros que mataram a vereadora e o motorista. Segundo ele, o crime foi cometido a mando dos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio. Ambos negam a acusação. Já Élcio de Queiroz foi responsável por dirigir o carro usado no crime.



Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e RadioAgência Nacional

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