O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou a criação de um grupo de trabalho formado por três representantes de associações de moradores e três organizadores de blocos com o objetivo de estabelecer parâmetros para que o Poder Público organize o Carnaval 2020. O órgão realizou audiência Pública nesta quinta-feira (23) para fazer um balanço da folia deste ano.
As sugestões do grupo serão apresentadas para a Comissão Permanente de Carnaval de Rua do Rio de Janeiro, criada pelo MPRJ em fevereiro passado para regular a principal festa de rua carioca. O objetivo maior é evitar problemas de segurança e desordem.
Este ano, o MPRJ chegou a interditar a Cidade do Samba até a implantação de um plano de prevenção contra incêndios no local. Este foi o primeiro ano em que o GAESP/MPRJ reuniu órgãos públicos das áreas de turismo, segurança e tráfego para que os detalhes do evento fossem discutidos conjuntamente.
“A observação que o MPRJ faz é de que a integração dos órgãos foi muito positiva porque antes eles não se falavam, ou se falavam às vésperas do carnaval. O pontapé inicial no esforço de conduzirmos o carnaval de uma maneira mais harmônica foi bem dado. Temos compromissos firmados, queremos concentrar as inscrições dos blocos, centralizar em um único órgão. O nosso próximo desafio é trazer associações de moradores e organizadores de blocos para a discussão, tendo em mente que precisamos de equilíbrio com relação à necessidade cultural dos desfiles de rua e o respeito ao direito de ir e vir dos cidadãos”, destacou a coordenadora do GAESP/MPRJ, a promotora de Justiça Andréa Amin.
Para a promotora de Justiça Cláudia Turner, subcoordenadora do GAESP/MPRJ, o carnaval carioca tem peculiaridades como em nenhum outro no país:
“Muito se falou sobre a necessidade se estabelecer uma tipologia de carnaval de rua no Rio. Mas a cidade tem uma diversidade cultural muito grande, não temos uma única característica. Talvez o que precisamos pensar como coletividade seja a dimensão dos blocos de rua, que em sua maioria são de pequeno a médio porte, com exceção dos megablocos que foram direcionados para o Centro da cidade este ano. O escoamento de público é um grande desafio que precisamos trabalhar junto aos órgãos públicos”, afirmou a promotora.