Criada há dois anos, a Startup Buser, conhecida como Uber dos ônibus, está sendo alvo de polêmicas, principalmente por parte das empresas de ônibus responsáveis pelas viagens rodoviárias no Brasil. A empresa, que inicialmente operava apenas uma viagem por dia partindo de Belo Horizonte, hoje faz mais de 40, partindo de cerca de 20 cidades do país, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Com a promessa de oferecer passagens até 60% mais baratas do que as oferecidas pelas viações tradicionais, a Buser agradou os usuários. Quem baixa o aplicativo consegue fazer uma busca e saber qual o número de passageiros que pretende viajar para o mesmo destino. O preço final será o resultado do rateio entre todos os viajantes - a plataforma compara os preços do app com os praticados pelas companhias rodoviárias. Clique aqui (https://www.buser.com.br/convite/vemdebus)
No entanto, a adesão de passageiros gerou atrito com as empresas que transporte terrestre, que questionam a legalidade do serviço. Atualmente, o caso está nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal).
As empresas, representadas pela Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), defendem que a Buser não pode funcionar porque não detém, como eles, concessão do poder público.
"Os 'Uber dos ônibus' não são nada além de versões tecnológicas das 'vans piratas' e das 'lotações' de ontem. A tentativa de descaracterização do serviço de transporte coletivo público e regular, por uma suposta prestação de serviço eletrônico de aproximação de pessoas para transporte terrestre por fretamento eventual, não passa de escancarada e inconstitucional fuga regulatória", diz a petição da Abrati.
O Buser, por sua vez, alega não ser uma empresa de transportes, porque nem sequer possui veículos — a startup faz parcerias com empresas de fretamento. O serviço, comparam os advogados, é semelhante ao do Uber, 99Pop e iFood, porque faz a intermediação entre pessoas que querem viajar para um mesmo destino com outras que desejam fretar ônibus.
Em 2018, a Buser recebeu aportes de três fundos: Canary, Yellow Ventures e FEAP (Fundação Estudar Alumni Partners). Os valores não foram divulgados. Em 2019, a startup prevê investir até R$ 50 milhões em marketing, tecnologia e logística.