"Dois Contra o Mundo", comédia romântica inédita de Domingos Oliveira (1936-2019), com direção de Renata Paschoal, trata com inteligência e leveza temas como o medo de se apaixonar e a possibilidade de recomeçar uma nova vida aos 60 anos. A montagem, depois de uma temporada de sucesso em 2024, volta ao Teatro Domingos Oliveira (Planetário da Gávea) para uma nova temporada de 24 de janeiro a 16 de fevereiro.
A peça narra a história de Gi (Priscilla Rozenbaum), uma advogada bem-sucedida de São Paulo, que após uma decepção no feliz casamento de quase 40 anos decide se mudar para o Rio de Janeiro. No Rio, Gi conhece Cadu (Marcio Vito), um ator e professor de teatro. Apesar de suas diferenças vivem uma inesperada história de amor.
Segundo a diretora, a ideia é levar o texto também para os cinemas, como o próprio Domingos fez com algumas de suas obras. “Dois Contra o Mundo” nasceram do meu desejo de fazer um filme como Domingos fazia. Ensaiava os atores, estreava no teatro e depois filmava com os mesmos atores. O texto tem diálogos ágeis, inteligentes e comovente. Uma pequena joia para fazer no teatro e no cinema. Acho que a função do Domingos nesse mundo foi transformar cada um de nós em uma pessoa melhor”, resume Renata Paschoal, que dirigiu ‘Todo Mundo Ainda tem Problemas Sexuais’, seu primeiro longa de ficção com roteiro de Domingos. E Renata acaba de ganhar o Kikito de melhor documentário no Festival de Gramado por ‘Clarice Niskier-Teatro dos Pés à Cabeça’.
“Dois Contra o Mundo” por Priscilla Rozenbaum, companheira de Domingos por quase 40 anos
Sempre que leio a peça fico comovida.
Domingos sempre foi bom de amor.
É uma peça que fala sobre o lado bom da vida. Sobre a glória de viver.
Um texto sobre o amor. Mais forte ser casal no mundo.
Dois a favor do mundo, dois lutando pelo mundo.
Sobre o amor, sobre o amor à vida.
“Não é certo que tudo dê errado”, Domingos dizia.
A peça fala sobre as pequenas grandes coisas da vida
É possível você mudar sua história, ter gerência sobre seu destino?
É possível recomeçar aos 60? Se apaixonar? Mudar de cidade? De emprego?
Quantas coisas você é capaz de mudar na terceira parte da sua vida, já que não existe a quarta?
Estou muito emocionada de voltar ao teatro com essa peça do Domingos, no Teatro Domingos Oliveira. Teatro que ajudamos a construir e ocupamos em 1996, por sete anos. Triste dele não estar nessa empreitada fisicamente, mas está em todos os outros lugares. Uma peça fala sobre pessoas de bem, que querem acertar no amor e acabam se atrapalhando. Sobre “Amar é querer o bem do outro” sua frase predileta.
Na companhia de Renata Paschoal em sua primeira direção teatral. Amiga, parceira de trabalho e que ano passado atingimos a maioridade, 21 anos de trabalho juntas. Somos pau para toda obra uma para a outra.
No figurino Kika Lopes, mestra da arte, amiga querida e cunhada, já que Paulo José e Domingos eram “irmãos”.
E com Ronald Teixeira companheiro de todos os filmes e peças.
Só tenho que agradecer!
E estou fazendo uma parceria com esse ator, Marcio Vito, que eu sempre quis trabalhar por ser um gênio e excelente pessoa. Confesso aqui que ele é ainda mais do que eu esperava.
Marcio Vito (indicado ao Prêmio Shell de melhor ator 2024 por ‘Claustrofobia’), por sua vez, comenta: “Há muitos anos, eu participei de uma remontagem de ‘Os melhores anos de nossas vidas’, onde o Domingos fazia sempre uma mágica de sua genialidade nos ensaios. Chegava e resolvia. E uma coisa que eu lembro de pensar é que existia no teatro dele, tendo o texto como base para a vida de pessoas em cena, um fio evidente por onde ele puxava essa mágica. Agora trabalhando com a Renata Paschoal e a Priscilla Rozenbaum num texto inédito do Domingos, eu fico muito atento, não só as palavras do texto, mas as situações estabelecidas, aos possíveis silêncios, ao jogo teatral que a peça propõe. Imerso nesse ambiente repleto de Domingos a cada passo e vida que damos em sala de ensaio. Cada vez que levantamos uma cena, chegamos mais perto da genialidade do Domingos Oliveira. Eu revi um pouco da sua obra recentemente e pretendo continuar fazendo isso, porque ele e sua turma, fazem de qualquer um, uma pessoa melhor, um artista mais leve e profundo. É um privilégio estar de mãos dadas com a Priscilla sob o olhar e condução atenta da Renata. Esse encontro me fez disponível ao teatro como um organismo vivo a cada ensaio. Minha natureza é de construção racional, mas foi impossível não me jogar por inteiro diante de tão poderosa rede transformadora e firme ligada a ele nesse processo. Criando uma peça que segue se transformando constantemente. E que ainda mais a partir da estreia, vai seguir sendo assim. Absorvendo os afetos da cena, do espectador, da relação teatral enfim, e continuar se fortalecendo e ofertando teatro com toda potência que uma história simples e bem contado pode ter pelos caminhos abertos que um teatro inédito do Domingos Oliveira abre e merece percorrer”.
Serviço
Dois Contra o Mundo
Comédia romântica inédita de Domingos Oliveira
Classificação etária: 12 anos
Duração: 60 minutos
Local: Teatro Domingos Oliveira
Endereço: Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea (Planetário)
Temporada: 24 de janeiro a 16 de fevereiro
Horário: Sextas e Sábados, às 20h | Domingos, às 19h
*excepcionalmente dia 1º de fevereiro (sábado) não teremos espetáculo
Ingressos: R$60,00 (inteira) | R$30,00 (meia entrada)
Sinopse
"Dois Contra o Mundo" é uma comédia romântica que trata com inteligência e leveza temas como o medo de se apaixonar e a possibilidade de recomeçar uma nova vida aos 60 anos. A peça narra a história de Gi (Priscilla Rozenbaum), uma advogada bem-sucedida de São Paulo que, após uma decepção no feliz casamento de quase 40 anos, decide se mudar para o Rio de Janeiro. No Rio, Gi conhece Cadu (Marcio Vito), um ator e professor de teatro. Apesar de suas diferenças vivem uma inesperada história de amor.