O jornalista e locutor esportivo Léo Batista, que marcou diferentes gerações com sua voz na TV Globo, morreu aos 92 anos neste domingo (19).
Léo Batista estava internado desde 17 de janeiro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Rios D'Or de Freguesia de Jacarepaguá, no Rio. Segundo boletim médico, ele foi hospitalizado por causa de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames diagnosticaram um tumor no pâncreas e foi necessária a internação.
Léo Batista foi contratado pela Globo em 1970 e, desde então, ficou conhecido como "A Voz Marcante" — título que levou seu documentário, que estreou em 2024, e que retrata a história do primeiro jornalista a apresentar o tradicional Globo Esporte.
Conhecido por comandar o programa, Batista, torcedor do Botafogo, viu o seu time do coração voltar a conquistar o Brasileirão e também levantar o primeiro troféu da Libertadores.
Ele também teve o privilégio de ser um dos profissionais que transmitiram a primeira partida oficial de Garrincha, histórico jogador do clube carioca e da Seleção Brasileira.
Antes de se dedicar integralmente à rádio, Batista trabalhou como garçom. Quando começou a trajetória nos microfones, trabalhou pela Rádio Birigui, de São Paulo. Depois de passar por diferentes emissoras no Estado, começou a realizar boletins informativos para BBC, Voz da América e Rádio Belgrano, de Buenos Aires.
Em 1952, mudou-se para o Rio de Janeiro, com o objetivo de entrar na Rádio Clube do Brasil. No entanto, a vida lhe destinou a Rádio Globo, onde foi contratado como locutor e redator de notícias.
Ainda pela rádio da emissora, Batista estreou como locutor esportivo no jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã, nos anos 1950. Mais tarde, sua voz ficou marcada por noticiar em primeira mão o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.
Em 1955, Léo Batista deixou a Rádio Globo para trabalhar na TV Rio. Por lá, apresentou o telejornal diariamente e comandava outros programas. Em 1968, foi para a TV Excelsior.
Como freelancer para a Copa do Mundo de 1970, o jornalista narrou Peru x Bulgária e, ali, marcou sua importância no canal.
Pouco tempos depois, foi o responsável por substituir Cid Moreira em uma edição do Jornal Nacional. Foi tão bem que, nos sábados, apresentava as edições do programa mais tradicional da televisão brasileira.
Em 1971, estreou no Jornal Hoje. Dois anos depois, passou a se dedicar apenas ao futebol, no comando do Esporte Espetacular.
Mais tarde, em 1978, veio o Globo Esporte. Por sinal, a ideia do nome foi de Batista. Entre as coberturas das Copas do Mundo de 1974, 1982 e 1986, o programa se tornou, sob a sua voz, um grande sucesso.
No programa dominical da emissora, Batista passou a integrar a equipe para sobrepor sua voz nos lances de gols dos estaduais e Brasileirão. Ficou nesta função até 2007.
Mais tarde, passou a apresentar o quadro Baú do Esporte, exibido nos intervalos das transmissões de futebol.
Em 2017, estreou o Canal do Seu Léo, quadro do Globo Esporte que também era publicado no YouTube. Por lá, o jornalista analisava os jogos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.