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Direita x Esquerda

Maioria nas manifestações de rua, esquerda leva desvantagem nas redes sociais

Disputa em torno da soltura de Lula revive clima do impeachment de Dilma


Nas redes sociais, a esquerda perdeu para quem é de direita

As páginas que debatem política no Facebook reviveram seus dias de maior procura, em volume comparável aos da agitação que precedeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Tudo por causa do interesse geral na montanha-russa em torno da soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As interações (curtidas, comentários e compartilhamentos) somaram 13,3 milhões, das quais menos de um quinto (2,4 milhões) dos veículos tradicionais de comunicação. O tráfego nas redes sociais no domingo foi sete a oito vezes superior ao dá média da semana anterior.

Maioria nas manifestações de rua, a começar pelo entorno da Polícia Federal, em plena República de Curitiba, os lulistas e aliados perderam feio nas redes sociais. A Direita, pelo critérios do Monitor do Debate Político no Meio Digital, reuniu 6,6 milhões de interações (curtidas, comentários e compartilhamentos) em suas postagens no domingo. A Esquerda somou 4,3 milhões e a imprensa 2,4 milhões.

Resulta do predomínio das fontes de informação com pressupostos políticos claramente definidos um retrato da intensa polarização e da dificuldade de diálogo na política brasileira. A maioria dos usuários leu interpretações muito diferentes dos fatos. Quando havia fatos. Quem  preferiu as páginas de direita recebeu mensagens enaltecendo o juiz Sergio Moro, retratado como herói a impedir um suposto golpe. Nas páginas de esquerda, não faltaram notícias de que Lula estaria solto, e que a decisão tivesse saído do papel.

Os dados são do Monitor do Debate Político no Meio Digital, observatório coordenado por Pablo Ortellado e Marcio Moreto, que acompanha 118 fontes de 82 veículos de comunicação. Na listagem, entram os principais jornais do País, mais os blogs, sites e páginas de maior engajamento e repercussão na política. O projeto busca mapear, mensurar e analisar o ecossistema de debate político no meio digital. A primeira ferramenta desenvolvida pelo projeto analisa o número de matérias produzidas e o número de compartilhamentos e comentários de cada matéria, por veículo e por categoria agregada. Os softwares permitem também análises quantitativas das palavras usadas nas manchetes e na descrição (lead ou resumo da matéria).

Nos comentários, houve questionamentos se o uso de robôs não poderia estar distorcendo o placar em favor das forças conservadoras, que dispõe de orçamentos mais robustos. A equipe do Monitor argumentou não haver estudos de detecção de robôs no Facebook, base de sua pesquisa.

Admitiu, contudo, a possibilidade de outras ferramentas de indução: "No Facebook a preocupação maior tem sido com perfis falsos e compra de likes. Há indícios dessa prática nas eleições de 2014, por exemplo. Em uma busca rápida no google é possível encontrar empresas que vendem mil curtidas em postagens por um valor que varia de R$15 a R$30", informava o texto da equipe, em resposta a uma questão da usuária Lorena Leal.

O Monitor não deu de barato a disseminação das ferramentas 'sujas' nas redes sociais: no Twitter as estimativas mais pessimistas são de que até 15% dos perfis sejam controlados automaticamente (bots) ou semi-automaticamente (cyborgs).

A listagem dos conteúdos mais compartilhados ao longo da batalha digital do domingo revela as diferenças entre os dois extremos do espectro político, a começar pela retórica. "Deixe seus parabéns ao juiz Sérgio Moro. Lula NÃO será solto!", do Brasil 200, com 152 mil compartilhamentos, foi o preferido à direita. "Não Teve Golpe! Lula Continuará em Cana!', com 81 mil compartilhamentos, da República de Curitiba, foi o segundo colocado, deixando o post do Vem Pra Rua em terceiro lugar. Chama atenção a ausência de posts do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos mais populares no auge do impeachment.

Á esquerda, os números são mais modestos. O post mais popular tem estilo mais contido, embora não poupe farpas contra o arqui-inimigo, o juiz da 13ª Vara da Justiça Federal, Sergio Moro: "TRF4 mandar soltar Lula e Moro manobra para impedir" teve 29 mil compartilhamentos.

Na sequência, figuram anúncios frustrados da iminente liberação do ex-presidente, líder nas pesquisas para a eleição de outubro, mas sob ameaça de não poder concorrer mesmo que libertado, por causa das restrições a condenados na segunda instâncias estabelecidas pela Lava-Jato. O primeiro é "Presidente Lula é liberado! Estamos felizes, é uma vitória da democracia e do Estado Democrático de Direito!", da página de Gleisi Hoffmann, presidente do partido, no Facebook, com 24 mil compartilhamentos.

Os dois seguintes, com 18 mil e 16 mil interações respectivamente,partiram do Acampamento Marisa Letícia, a concentração de militantes nas cercanias da Polícia Federal em Curitiba, iniciada desde antes da chegada do ex-presidente a sua cela na sede da PF na capital paranaense. "URGENTE COMPARTILHEM OFICIAL : LULA JÁ ESTÁ NO LADO DE FORA", estampava o mais otimista, com base no terceiro habeas corpus concedido pelo desembargador plantonista Rogério Favreto. Terminou frustrado pela decisão do presidente do TRF-4, Thompson Flores, que interrompeu as férias durante o recesso para arbitrar o impasse entre os colegas. 

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