Nesta terça-feira, o diretor executivo de futebol Alexandre Faria, completa 15 dias de trabalho no Vasco e desde que chegou ao clube, apenas o lateral-direito Lenon foi contratado, por empréstimo até o final do ano, junto ao Guarani. A torcida clama por reforços, principalmente para o setor de ataque, mas até o momento, viu o único atacante do time, Andrés Rios, deixar o clube, após não conseguir chegar a um acordo por uma renovação de contrato. Outros jogadores negociam a saída, como são os casos de Wellington e Erazo, porém dentro de um planejamento de enxugar a folha salarial, traçado pelos antigos diretores, Paulo Pelaipe e Newton Drummond.
A tarefa de tocar o futebol Cruzmaltino não é fácil, ainda mais por conta de todos os problemas políticos e financeiros que cercam o clube, porém ao pesquisar a carreira de Alexandre Faria como executivo, o cenário não é muito animador. O dirigente já trabalhou no América-MG, Atlético-MG, Fluminense, Grêmio, Bahia, Náutico, Paysandu e Sport sem emplacar grandes resultados e colecionando algumas polêmicas.
Atlético-MG
Em outubro de 2008 o Galo vivia uma crise política e o ex-presidente Afonso Paulino assumiu o comando do futebol e demitiu Alexandre Faria acusando o diretor de empresariar atletas dentro do clube.
"Eu descobri mais uma quadrilha dentro do Atlético. Esse moço, que se diz diretor de futebol, ele é empresário, tem uma empresa de compra e venda de jogadores", disse em entrevista à Rádio Itatiaia.
Alexandre Faria negou a acusação.
"Eu não sou empresário de jogador, ele vai ter de provar, é só perguntar para os jogadores. Se ele for ao site da Fifa, ele vai ver que meu nome não consta lá. Obviamente, uma pessoa ser agente e diretor de futebol é algo absolutamente inconcebível. É mais uma acusação falsa que ele faz, que ele vai ter que provar porque eu não sou agente".
Fluminense
Alexandre Faria chegou ao Tricolor em dezembro de 2008 na função de coordenador geral de futebol e foi demitido em agosto de 2009 devido aos péssimos resultados do time, que não chegou às finais do Carioca e segurava a lanterna do Campeonato Brasileiro, com duas vitórias em 16 jogos. A frente do futebol do Fluminense, Alexandre Faria contratou 22 jogadores, dentre eles o atacante Fred, que fez história com a camisa Tricolor.
Grêmio
No Tricolor Gaúcho, Alexandre Faria foi contratado em julho de 2011 e ficou no cargo de diretor executivo de futebol por apenas 25 dias, já que foi demitido devido a duas contratações que fracassaram. A primeira, pelo meia Marquinho, então jogador do Fluminense. O Tricolor o deixou de fora de uma partida para facilitar o desfecho da negociação, porém o acordo não foi concretizado. A segunda, e a mais grave, aconteceu com o anúncio da contratação do atacante Wellington Paulista, jogador que na época estava no Palmeiras, emprestado pelo Cruzeiro. No entanto, o atleta não poderia atuar pelo Grêmio, pois seria o terceiro clube na mesma temporada. A divulgação do negócio contou com o aval de Alexandre Faria, o que pegou mal perante a diretoria, que teve que desfazer a transação. Além da demissão do diretor executivo, o então vice de futebol, Antônio Vicente Martins, também deixou o clube.
América-MG
Alexandre Faria voltou ao Coelho no final de 2011, clube no qual começou a carreira como executivo, em 2001. Nessa passagem permaneceu por um longo período até 2014, na função de superintendente geral, não sendo o responsável direto somente pelo futebol, mas também com algumas questões administrativas, sendo um elo de ligação entre os departamentos do clube e o Conselho de Administração. O América-MG não conquistou títulos e nem o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, porém se estruturou no aspecto patrimonial e financeiro.
Bahia
Ao final de 2014, Alexandre Faria aceitou o desafio de ser o diretor executivo de futebol do Esquadrão de Aço, com a missão de conquistar o acesso para a Séria A do Campeonato Brasileiro. No primeiro semestre de 2015 o time conquistou o Campeonato Baiano, porém não conseguiu subir para a elite do futebol nacional, mesmo contratando 23 jogadores. Alexandre Faria foi demitido em novembro de 2015, faltando dois jogos para o fim da Série B.
Náutico
Cerca de um mês depois de deixar o Bahia, Alexandre Faria foi contratado pelo Timbu na mesma função anterior, diretor executivo de futebol, no entanto não ficou por muito tempo. No final de abril de 2016, pediu demissão alegando falta de profissionalismo da diretoria, motivado também em saber que o presidente sofria pressão por mantê-lo no cargo ganhando um alto salário.
Paysandu
Alexandre Faria chegou ao Paysandu no final de junho de 2016, permanecendo como diretor executivo de futebol até dezembro do mesmo ano, quando recebeu uma proposta do Sport. No Papão, o dirigente fez um bom trabalho, inclusive tendo o contrato renovado em novembro para seguir no clube em 2017.
Sport
A frente do futebol do Sport, Alexandre Faria contratou mais de 15 jogadores para a temporada 2017, dentre eles o atacante André, contratação mais cara da história do clube, custando cerca de R$ 5 milhões. O time conquistou o Campeonato Pernambucano e apesar de ter um elenco caro, lutou para não cair no Campeonato Brasileiro, se livrando apenas na última rodada, ao vencer o então campeão Corinthians, que entrou em campo pensando nas férias. Mesmo com o ano ruim, Alexandre Faria permaneceu no cargo para a temporada 2018, porém a eliminação nos pênaltis, na segunda fase da Copa do Brasil, para a Ferroviária, em casa, após estar vencendo por 3 a 0, foi a gota d'água para a demissão do dirigente, em fevereiro.