Na última segunda-feira (3), o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) realizou a interdição ética da emergência do Hospital Federal do Andaraí (HFA). De acordo com a entidade, a medida foi tomada devido às inúmeras irregularidades no atendimento.
Ainda segundo o CREMERJ, alguns dos problemas constatados pelo Departamento de Fiscalização (Defis) do Conselho, foram o excesso de pacientes na emergência, com longo tempo de permanência, o excesso de clientes graves e crônicos na emergência, além de problemas nas escalas e falta de profissionais.
Para o Conselho, isso pode acarretar risco potencial à vida dos pacientes e, por tal razão, o Poder Judiciário já teria deferido sentenças em relação ao funcionamento do HFA. O CREMERJ também informou que por tais motivos, e como medida extrema, efetuou a interdição ética do serviço de emergência.
Contudo, o episódio ocorreu depois da realização de algumas vistorias no hospital. Nestas ocasiões, o CREMERJ apontou diversas não conformidades e situações que evidenciaram a desassistência e a exposição de risco altíssimo aos pacientes e profissionais.
A instituição ainda destacou que a interdição ética suspende o trabalho médico. Desse modo, não há novas admissões. Somente casos mais graves devem ser atendidos. Sendo assim, o gestor responsável precisa providenciar o esvaziamento da unidade, providenciande a transferência de quem se encontra em excesso.
Outras interdições
Para o Portal Eu,Rio!, Sylvio Provenzano, Presidente do Conselho de Medicina do Rio, também afirmou que o CREMERJ está acompanhando o prazo fixado pela Justiça para que a Prefeitura de São Gonçalo anuncie medidas de emergência para suprir as necessidades e superar os problemas detectados na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Luzia. Desde o dia 16 de maio deste ano, uma interdição ética suspendeu as internações e os atendimentos no local.
A reportagem tentou listar a quantidade e a lista de unidades de saúde interditadas eticamente pela entidade. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta do CREMERJ.
O Portal também procurou a Defensoria Pública da União (DPU) para saber se o órgão está acompanhando o andamento judicial dos fatos, mas até a publicação da reportagem não obteve nenhum posicionamento.
Em nota ao Portal Eu,Rio!, o Ministério da Saúde informou que está trabalhando para identificar gargalos, reestruturar e qualificar o atendimento no conjunto dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro, incluindo o Hospital Federal do Andaraí.
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A pasta também avisou que, até o presente momento, não houve fechamento da porta de entrada de urgência e emergência, e esforços estão sendo feitos para manter o atendimento à população.