Na despedida de Neguinho, Beija-Flor passa pela passarela do samba com desfile sobre Laíla
Escola de Nilópolis falou sobre homenageado ressaltando ancestralidade e exaltando a agremiação
Fotos: Edison Corrêa/Agência Eu, Rio!
Na despedida do intérprete Neguinho da Beija-Flor, a Azul e Branco de Nilópolis deu um show na Marquês de Sapucaí e entrou com forte candidata ao título do Grupo Especial. Em busca de seu 15º título, a agremiação da Baixada Fluminense teve uma exibição de gala para encher de orgulho Laíla, histórico carnavalesco morto em 2021, enredo da Beija-Flor em 2025.

"Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas", assinado pelo carnavalesco João Vítor Araújo, teve beleza plástica, como a frente exaltando o orixá Xangô, pai de cabeça de Laíla. A passagem pela Sapucaí emocionou a comunidade: luxuosa e imponente.

A construção foi lúcida e explicou bem o enredo. As alas mostraram as raízes do homenageado, sua ancestralidade, fé, habilidades (como o quarto carro, exaltando audição apurada para musicalidade) e como comandava a escola.
A plenos pulmões, os componentes deram aula de evolução. A sensação de muita diversão curtindo o carnaval, mas vendo também o resgate da Beija-Flor que Laíla tanto pregou para manter em alto nível. Muito brilho nas fantasias e carros, aposta alta em tons de prata, ouro e azul, principalmente no quadro setor do desfile, com acabamentos impecáveis.
A Beija-Flor fechou o desfile em alta. O carro trazendo a escultura de Laíla trouxe a exuberância da construção do Carnaval de 2025 e também homenageou Joãozinho Trinta. Em seguida, a última alegoria trouxe referências a "Ratos e Urubus", desfile de 1989 considerado um dos maiores da história, mas a faixa com os dizeres não ficou esticada adequadamente, dificultando a leitura.
No carro de som, exaltação à a maestria de Neguinho da Beija-Flor cantando como se estivesse no início de sua trajetória. O histórico intérprete conduziu o desfile com sua voz marcante e inesquecível em sua despedida do Sambódromo.