A Intituição Fiscal Independente (IFI) divulgou o novo Relatório de Acompanhamento Fiscal prevendo déficit primário de R$ 64,2 bilhões em 2025 e de R$ 128 bilhões em 2026. Para cumprir a meta do ano que vem, seria necessário um esforço extra de R$ 72,3 bilhões. A dívida pública deve chegar a 79,8% do produto interno bruto (PIB) em 2025, “batendo na trave” de um nível crítico. O diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana, alerta que o atual arcabouço fiscal não está contendo a alta da dívida e pediu atenção do Congresso e do governo federal.
Essa análise consta do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de abril, divulgado nesta quarta-feira (16).
PIB
O relatório projeta crescimento do PIB de 2% em 2025, e de 1,6% em 2026, “em função da redução da renda real disponível e dos efeitos da política monetária restritiva”. Segundo a IFI, os impactos positivos ou negativos no Brasil da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos ainda são difíceis de serem dimensionados, mas devem afetar o crescimento econômico brasileiro.
“Efeitos negativos inevitavelmente serão sentidos no desempenho das receitas públicas, elemento essencial para o cumprimento das metas fiscais e para a credibilidade do arcabouço fiscal vigente. (...) A IFI alerta para risco fiscal futuro, visto que o atual arcabouço não está resultando no estancamento do processo de crescimento da dívida pública brasileira”, afirma o diretor-executivo da instituição, Mauro Pestana, na introdução do RAF, que também é assinada pelo diretor Alexandre Andrade.
Inflação
Além disso, a entidade afirma que a “inflação se mantém resistente”, podendo chegar a 5,5% em 2025, mas com tendência de queda no ano seguinte (4,4%). E prevê que a dívida pública federal pode ficar em 79,8% do PIB em 2025 e 84% em 2026, “com viés de alta no curto e no médio prazo”.
Na avaliação da IFI, a política fiscal do governo se deteriorando, o que coloca em dúvida a sustentabilidade da dívida pública.
Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Senado sobre o aumento do déficit primário e a acelerção na alta do déficit público.
Agência Senado e Rádio Senado