Behrouz Kamalvandi, porta-voz da agência nuclear iraniana, disse que a quantidade de urânio armazenada agora será "baseada nas necessidades do país. Nós quadruplicamos a taxa de enriquecimento e até a aumentamos mais recentemente, de modo que em 10 dias ela ultrapassará o limite de 300kg", acrescentou.
As tensões no Oriente Médio aumentaram nos últimos meses depois que os Estados Unidos e a Arábia Saudita acusaram Teerã de orquestrar ataques contra navios petroleiros. O acordo nuclear entre o Irã, EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha, chamado JCPOA (Joint Comprehensive Plan of Action, ou Plano de Ação Conjunto Global, na tradução literal), reduziu o estoque de urânio do Irã em 98%, para 300kg, e limita essa quantidade até 2031.
No entanto, os EUA unilateralmente desistiram do acordo no ano passado e voltaram a aplicar sanções. Washington alertou que "todas as opções" serão examinadas se o Irã não cumprir suas obrigações sob o acordo.
Kamalvandi, cujos comentários foram transmitidos ao vivo por um canal estatal de televisão, estava falando na usina de água pesada de Arak, no Irã - uma de uma série de instalações nucleares em todo o país.
O porta-voz também disse que o Irã precisa aumentar o enriquecimento até que parte do urânio que usa tenha uma concentração de 20% de urânio-235 - um isótopo do material radioativo que pode sustentar uma reação de fissão.
Na teoria, é possível fabricar uma bomba nuclear a partir do urânio com uma concentração de 20% de U-235. No entanto, são necessárias concentrações muito mais altas para que seja possível na prática. A primeira bomba atômica lançada sobre o Japão teve uma concentração de 80%.
O Governo Iraniano nega sistematicamente ter um programa de armas nucleares.