A quadrilha do traficante Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, pagava propinas periódicas a policiais militares, segundo informações que constam em um processo na Justiça,
Nos autos, há a citação de um nome de um cabo da corporação que teria mantido diálogos com os bandidos conhecidos pelos nomes de Edlúcio e Diego para tratar o pagamento de propinas aos militares. Esse mesmo PM também responde a um processo por estar envolvido em recebimento de arrego em São Gonçalo.
Uma das negociações flagradas em escutas telefônicas mostram um traficante dizendo que pagaria R$ 5.000 para PMs da Blazer e mais R$ 400 para outros agentes.
Outro grupo que supostamente recebia propinas era de policiais da APTRAN do 17º BPM para que não houvesse qualquer repressão às atividades da cooperativa de kombis e vans que era usada como fachada para justificar as extorsões aos motoristas cometidas pelo bando. Não foi possível a identificação dos policiais militares envolvidos no referido esquema de corrupção.
Houve um caso também em que PMs capturaram dois traficantes da quadrilha e iniciaram negociações com os responsáveis pelo tráfico da Ilha do Governador, para libertar os suspeitos e vender as armas e munições apreendidas. Segundo os diálogos, os PMs teriam pedido R$ 150 mil para dividir entre 14 agentes e exigiram o pagamento à vista e em cash e os traficantes queriam dividir em três vezes.
A quadrilha pagaria propina até mesmo para agentes públicos responsáveis pela fiscalização e regulamentação do dito ´transporte alternativo.
Segundo a investigação, quando alguma kombi ou van pertencia a algum policial militar, a quadrilha não exigia pedágio.
"Certamente os PMs do 17º BPM estão vinculados ao Batoré (Antônio Eugênio de Souza Freitas, morto na operação de ontem), até porque grande parte das vans e kombis que rodam que na Ilha do Governador após as 20h pertencem aos PMs lotados no 17º BPM - Ilha do Governador", afirma os autos.