Na Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio, em Genebra, na Suíça, os EUA se opuseram a uma resolução internacional, proposta pelo Equador, que pedia para que os governos dos países protegessem e promovessem a amamentação, limitassem a comercialização de substitutos industrializados do leite materno, como o leite em pó. A posição dos EUA foi contrária a estudos científicos que são a favor do aleitamento materno para os bebês. Os EUA apoiaram os interesses dos fabricantes de fórmulas para a substituição do leite materno por produtos industrializados. Os EUA foram acusados pelo jornal The New York Times de fazerem pressão sobre o Equador para que o país deixasse de propor a resolução.
O presidente americano Donald Trump declarou que os EUA apoiam, profundamente, o aleitamento materno, mas não acreditam que deva ser negado o acesso das mulheres às fórmulas industrializadas que substituem o leite. Ele diz que muitas mulheres precisam dessa opção por causa da desnutrição e da pobreza. E ainda disse que deveriam denunciar a declaração publicada no jornal The New York Times. O Departamento de Estado americano declarou ser falsa a pressão para que o Equador desistisse da proposta.
Para a OMS o aleitamento materno deve ser total até os 6 meses de vida. Após os 6 meses, o aleitamento materno deve ser parcial. As organizações médicas declaram que o leite materno é sempre a melhor opção para os bebês. O leite materno fornece nutrientes importantes, hormônios e anticorpos que vão proteger os bebês contra doenças infecciosas.
Segundo a médica pediatra, Juliana Vasconcellos Thomas, o aleitamento materno é muito importante. O leite em pó não é necessário nos primeiros meses da vida do bebê, só em casos clínicos em que o médico detecta a necessidade de introduzir o leite em pó na alimentação. Para a médica, o leite materno é perfeito nutricionalmente , contendo as proteínas, os carboidratos e as gorduras necessárias para o bebê. Em cada fase da vida do bebê o leite muda para se adequar às necessidades da criança. O leite materno contribui para o desenvolvimento do cérebro, tem anticorpos importantes para a imunidade do bebê, previne alergias que o desmame precoce pode causar, além da importância do vínculo da criança com a mãe ao mamar no peito. Segundo Thomaz, as pesquisas mostram que uma criança que mama pode apresentar o QI mais elevado e mais sucesso na vida por ter um cérebro com um melhor desenvolvimento e por adoecer menos. A sucção da mama, também, desenvolve a parte orofacial da criança. Já o bico da mamadeira pode atrapalhar o desenvolvimento orofacial, a fonação, a deglutição e causar problemas nos dentes.
Segundo a médica pediatra Miriam Santos, membro da Rede IBFAN (International Baby Food Action Network/ Internacional em Defesa do Direito de Amamentar), membro da Rede Global de Bancos de Leite Humano, coordenadora do aleitamento materno e do banco de leite humano da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e professora da faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília, ninguém quer impedir a venda de produtos industrializados, que substituem a amamentação, para as mulheres que não possam amamentar, mas o marketing das indústrias deve ser feito de forma correta. Não deve haver uma competição do produto industrializado com o leite materno. Tem que haver um maior controle. A indústria tem oferecido vantagens falsas dos seus produtos. Muitas mulheres têm sido enganadas. Para Santos, o consumo deve ser consciente porque os produtos industrializados são derivados do leite, mas são modificados e nunca serão iguais a um leite materno.