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PMs não conseguem impedir mais um caso de suicídio na corporação

Só entre janeiro e agosto do ano passado, 2,5 mil políciais tiveram esse desfecho

Por Roberta Trindade em 30/06/2019 às 12:01:39

"Eu tô fazendo porque eu tô cansado. Eu tô muito cansado. Eu não aguento mais. Eu não aguento mais! É muita coisa. Eu vivo um momento muito difícil. Não tô aguentando mais. Eu preciso me libertar dessa vida aqui."

Essas foram algumas das últimas palavras do cabo João Luiz Pires Cândido, 40 anos. Lotado no 26°BPM (Petrópolis), ele mandou diversos áudios para um grupo que tinha com amigos também policiais no WhatsApp. Em tom de despedida, dizia que iria invadir a Favela Parque União, no Complexo da Maré, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Criminosos da localidade possuem conexão com as bocas-de-fumo da Região Serrana.

Colegas de farda ainda tentaram localizar o cabo Pires e interceptá-lo para impedir a ação, mas não conseguiram.

O PM foi encontrado com um tiro na cabeça dentro de seu carro - um Peugeot 207 Passion XS prata -, que estava batido no acostamento da rodovia BR-116, no KM 101, na altura de Guapimirim, na Baixada Fluminense, na madrugada deste domingo, dia 30 de junho. Dentro do veículo estava a arma dele - uma Taurus PT 58.

Os policiais militares no Rio de Janeiro têm quatro vezes mais chances de cometer suicídio se comparados com a população civil. A conclusão é do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (GEPeSP) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que realizou uma pesquisa de 2010 a 2012.

Entre janeiro de 2014 e junho de 2018, três PMs foram diagnosticados com transtornos mentais por dia. Enquanto em 2014 houve 836 policiais afastados por essa razão, de janeiro a agosto de 2018 foram 2.500 - mais que o dobro.

Entre 1995 e 2009, 58 PMs cometeram suicídio e 36 tentaram tirar a própria vida no Estado do Rio de Janeiro.
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