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"Piaf e Brecht - A Vida em Vermelho" celebra os 40 anos de carreira da atriz Letícia Sabatella

O espetáculo está em cartaz no Teatro Prudential na Glória

Por Jonas Feliciano em 13/07/2019 às 08:23:50

Imagem: Divulgação

Até o dia 4 de agosto, o espectáculo "Piaf e Brecht - A Vida em Vermelho", de Aimar Labaki, Letícia Sabatella e Fernando Alves Pinto vai estar em cartaz no Teatro Prudential, no bairro da Glória, na Zona Sul do Rio. A peça é dirigida por Bruno Perillo e também celebra os 40 anos da carreira artística da atriz Letícia Sabatella.

No palco, Edith e Bertold são versões da Edith Piaf e de Bertolt Brecht. Segundo os autores, não se trata de uma biografia, mas sim, de uma dupla clownesca que interpreta o cancioneiro do dramaturgo e diretor alemão e da cantora francesa. Desse modo, eles mesclam referências ao cabaré franco germânico e, com muito bom humor, propõem uma espécie de competição musical.

"Eles tentam defender o personagem de que gostam mais e acabam mostrando um contraponto entre o racional de Brecht e o emocional de Piaf. O repertório deles é muito formador", afirmou Sabatella.

"Bertold Brecht é infinito. Quantas coisas que ele fez, que provocou de mudança na cultura mundial", contou Fernando Alves Pinto.

Os atores são acompanhados por três músicos. Giba Favery na bateria e percussão, Demian Pinto no piano e Zéli Silva no contrabaixo acústico. A produção do espetáculo, no Rio de Janeiro, é da Gávea Filmes.

Vale destacar que Piaf e Brecht nunca estiveram juntos na vida real. Por tal razão, o encontro foi imaginado por Aimar Labaki que acabou provocando um embate entre as duas personalidades que possuíam ideias completamente distintas.

"A gente tem a ideia do Brecht politizado e da Piaf romântica. Mas eles não cabem nessa caricatura", destaca Labaki.

Em cena: Sabatella e Fernando Alves / Imagem: Divulgação

Na ficção, os dois se encontram num cabaret e ensaiam um espetáculo. Ele coloca o homem em xeque e ela expõe a própria alma.

"Edith Piaf tem um modo próprio de cantar, com toda lapidação, ela preserva a voz rascante, a voz vivida. Me sinto muito comovida em cena de estar recebendo essa entidade, essa força que é Piaf. Ela é uma voz que vem do lugar mais vital, mais visceral, como uma Elza Soares, como uma Elis Regina. Entrar em uma força dramática que é ser uma Piaf, me interessa muito. O lugar da voz também, porque é um lugar de muita força, de muita emoção. Piaf faz tudo com muita verdade. Ela é um ícone", reforça Sabatella.

O encontro ainda é usado para evocar uma série de temas importantes para o Brasil e para o mundo contemporâneo. Assim, mais do que competir pelo título de melhor cancioneiro, os dois disputam pelo melhor modo de vida. Ao longo da encenação, os dois universos acabam se mostrando capazes de coexistir.

"O conflito de ideias entre Piaf e Brecht, simboliza a intolerância e a dificuldade de aceitação de ideias diferentes, não só no Brasil, mas no mundo. A dificuldade de aceitar qualquer pensamento que seja diferente. Como construir um coletivo de pessoas e ideias que possam habitar uma cidade, um país, com diferenças, mas num ambiente harmônico, da melhor forma", destaca o diretor Bruno Perillo.

Letícia também comentou sobre o processo de composição da personagem.

"Estar apta pra fazer Piaf é olhar para uma trajetória de estudo, preparação, formação, afinação do instrumento corporal e vocal. Valeu ter estudado e me esforçado tanto para ter a capacidade de encarar, hoje, uma Piaf no palco", comemorou a atriz.

Aos 8 anos de idade, Leticia Sabatella fazia ballet e se apresentava no Teatro Guaíra, em Curitiba, participando de algumas montagens como o Quebra-Nozes e O Grande Circo Místico. Com 14 anos começou a fazer teatro, num grupo chamado Alma Nua. Depois fez faculdade de teatro e participou do coral sinfônico do Paraná.

"Minha vida e formação foi muito dentro do Teatro Guaíra. Mas também fazia parte de grupos, eu tinha um coro cênico e uma banda chamada Tuba Intimista. Também aprendi a cantar com a minha mãe, minha avó, meu pai, minha tia", descreveu Letícia.

No repertório, 17 canções são apresentadas ao público. As apresentações acontecem nas sextas e sábados, às 20h, e nos domingos às 19h. A classificação é 12 anos e os ingressos variam de preços dependendo do dia. Nas sextas custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia). Nos sábados e domingos, o custo do setor 1 é R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). No setor 2, R$ 75 (inteira) e R$ 37,50 (meia).


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