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Governo do Pará teme revide do CV e faz transferência em massa de presos

Relocação de detentos acontece após massacre ocorrido no começo da semana

Por Mario Hugo Monken em 01/08/2019 às 17:08:47

Foto: Susipe/Divulgação

O Governo do Pará teme que o Comando Vermelho (CV) revide o ataque de presos da facção rival Comando Classe A (CCA) que deixou ao menos 58 mortos no início desta semana, em um presídio em Altamira, no Sudoeste do Estado.

Um dos indícios de retaliação já aconteceu com as mortes de quatro detentos do CCA que seriam transferidos para Belém. Eles foram mortos por sufocamento dentro de um caminhão.

Como forma de prevenção a um possível revide, a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) realizou a transferência de presos de duas casas penais da Região Metropolitana de Belém (RMB) esta semana.
 
Foram dois dias de ação, que resultou na transferência de 866 presos, sendo 226 de uma unidade penal e 540 de outra. Também foram transferidas 14 mulheres do Centro de Recuperação Feminino (CRF), de Ananindeua para Marabá e 2 de Marabá Pará Belém; e 8 internos de Parauapebas para Belém. 

Geraldo Gomes, diretor de uma das penitenciárias envolvidas na transferência, conta como os internos reagiram e destaca a importância da ação.
 
“No começo eles tiveram certa resistência. Tocaram fogo nas celas, cortaram colchões, entupiram os vasos e alagaram as celas. Fizeram uma bagunça generalizada justamente para que o nosso serviço tivesse um pouco mais de trabalho. Porém a ação visou preservar a integridade física dos detentos e resguardar a vida dos servidores penitenciários, uma vez que o servidor fica no meio dessa guerra entre facções criminosas tentando evitar que pior aconteça”. Segundo o diretor, o lugar para onde eles estão sendo transferidos tem uma estrutura melhor e mais segura.

De acordo com o que vem sendo divulgado pela mídia, o principal alvo do CCA na matança ocorrida no presídio era o detento conhecido como Sandro do Rebojo, apontado como líder do CV e que morreu carbonizado na ação. O CCA seria aliado do Primeiro Comando da Capital (PCC), que se tornou inimigo do CV em nível nacional.

O CCA por meio de uma “página” no Facebook fez uma postagem, no dia 9 de junho, avisando sobre um possível conflito contra o CV no Pará e mais três estados. Porém não foi dito quando o plano iria ser realizado. 

A Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), formada por agentes penitenciários de todo o território nacional e gerenciada pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) chegou em Belém para dar suporte aos procedimentos das unidades. A força-tarefa prestará apoio ao sistema, não apenas em Altamira, mas atuando nas unidades da Região Metropolitana de Belém e interior trabalhando nas unidades com o maior nível crítico para reestabelecer a ordem e aplicando procedimentos no cárcere.
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