Os parlamentares paraguaios desistiram da ameaça de derrubar o presidente Mario Abdo na quinta-feira (1), depois que Brasil aceitou o cancelamento um acordo de energia que gerou controvérsia e ameaçou desestabilizar seu governo paraguaio.
Abdo pediu desculpas pelo tratamento do escândalo em torno da assinatura de um pacto energético com o Brasil, que os legisladores da oposição disseram que ia contra a soberania do país.
"Quem quer que seja responsável por sua má conduta será responsável", disse Abdo em uma mensagem à nação, acrescentando que agradeceu aos legisladores por escolherem proceder de uma maneira que "não rompa o processo democrático".
Alguns parlamentares disseram que continuarão a pressionar pelo impeachment de Abdo e do vice-presidente Hugo Velazquez. A crise política foi desencadeada por um acordo de energia - divulgado na semana passada - relacionado à gigante usina hidrelétrica de Itaipu, que atravessa os dois países. Autoridades e parlamentares disseram que o pacto seria prejudicial para o Paraguai e custaria ao Estado cerca de US $ 200 milhões.
O Paraguai é altamente dependente da receita de Itaipu, que é a maior usina hidrelétrica do mundo.
"Peço desculpas se eu estava errado", disse Abdo na frente de cerca de 5 mil pessoas que se reuniram em frente ao palácio do governo no centro de Assunção, capital do país.
O escândalo foi a primeira grande crise a atingir Abdo, que mantém um relacionamento próximo com o presidente Jair Bolsonaro. O ministro das Relações Exteriores do Brasil disse na quinta-feira que as tentativas de impedir o líder paraguaio arriscam a "ruptura da ordem democrática".