O governador Wilson Witzel assinou nesta quinta-feira (01) um decreto criando o posto de "general" na polícia e nos bombeiros do estado. O governador disse que também pretende enviar a medida para a assembléia do estado para ser transformada em lei.
Desde que foi eleito para o cargo, o governador realizou várias oportunidades para mostrar seus fortes laços com a polícia. Esta semana, a equipe de Witzel postou nas redes sociais uma foto do governador apontando um rifle sniper enquanto usava o uniforme do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE).
O governador Witzel justificou sua criação do posto de general dizendo que isso demonstra a melhoria na disciplina entre as instituições e mostra a apreciação do estado por seu papel no fornecimento de segurança para a população fluminense. Ele prosseguiu afirmando que a medida garantirá a existência de um grupo de oficiais treinados e preparados para assumir os principais papéis no aparato de segurança e defesa civil do Rio.
“O principal objetivo da iniciativa é organizar a carreira militar, estendendo o tempo gasto pelos coronéis na ativa e limitando as nomeações políticas nos cargos de Secretário de Polícia Militar e Comandante do Corpo de Bombeiros. O texto também prevê a implementação de cursos de ensino superior nos moldes das Forças Armadas para oferecer aos comandantes uma sólida expertise na condução de tropas de combate ”, disse Witzel em um comunicado.
O decreto do governador deixou vários especialistas em segurança questionando a praticidade de tal medida.
“Em termos de hierarquia, esses“ generais ”continuam sendo coronéis. General é um posto designado para oficiais das Forças Armadas. Então, levanta a questão: como um general das Forças Armadas responderá a um "general" da polícia? Ele será referido como coronel ou general? Certamente como coronel. Esse posto “falso” de general da polícia pode até criar mal-estar institucional ”, disse o ex-chefe de polícia coronel Ubiratan Ângelo ao jornal O Globo, enquanto questiona a legalidade de tal medida.
O decreto indica que não haverá aumento no pagamento para aqueles nomeados para o posto de general. Atualmente o chefe da Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo, e o chefe dos bombeiros, coronel Roberto Robadey Júnior, serão os primeiros a receber a designação.