Uma investigação feita pelo Ministério Público do Acre como funciona a filial da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Estado.
Os chamados “frentes de bairro” são as principais lideranças do Comando Vermelho nos bairros sob a influência da facção. Eles determinam a aplicação da disciplina do grupo, controlam as “bocas de fumo” e executam roubos, latrocínios e homicídios por determinação do Conselho.
São ainda responsáveis pelo recolhimento da chamada “caixinha”, mensalidade que é cobrada dos faccionados e também muitas vezes obtida mediante extorsão de comerciantes da área, sob o falso argumento de cobrança de “proteção” contra roubos da própria facção.
Na operação, foram ainda identificados e presos cinco conselheiros da facção responsáveis pelas mais altas decisões da organização no Estado, incluindo os chamados conselheiros rotativos, que substituem os conselheiros finais, que por alguma razão deixam de exercer o comando.
Entre os conselheiros, também foi preso o denominado “porta-voz”, responsável por transmitir aos demais integrantes todas as decisões tomadas pelas lideranças..
Uma operação foi deflagrada em julho contra integrantes da facção. Como resultado das investigações, que duraram cerca de seis meses, foram cumpridos 69 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão em 18 bairros de Rio Branco e nos municípios de Sena Madureira, Porto Acre, Porto Walter e Plácido de Castro.
A ação recebeu o nome de Hemólise – processo de quebra dos glóbulos vermelhos – pois teve como objetivo desarticular especialmente as células denominadas “frentes de bairro”, responsáveis pelo elo entre o conselho do CV e os demais integrantes nos territórios onde a organização atua.
O Estado do Acre enfrenta também a ação de outras duas facções criminosas: o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Bonde dos Treze.