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Espetáculo "Agosto" estreia no Imperator

A obra do norte-americano Tracy Letts é vencedora dos prêmios Pulitzer de Melhor Drama e Tony de Melhor Texto

Por Jonas Feliciano em 07/08/2019 às 15:50:16

Imagem: Divulgação

Na próxima sexta-feira (9), estreia no palco do Centro Cultural João Nogueira – Imperator, o premiado espetáculo "Agosto". A peça vai ficar em cartaz até o dia 25 de agosto, todas as sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. "Agosto" é uma contundente e emocionante história sobre conflitos familiares que já emocionou as plateias brasileiras com as grandes interpretações do seu elenco, em especial das atrizes Guida Vianna e Leticia Isnard.

A peça trata sobre o inconfessável, o que fica entalado na garganta e sufoca. Conta a história de uma família desconectada e desfeita, cujos membros insistiram na união o quanto puderam, mas que chega finalmente ao limite da desistência. Apesar de possuir um texto denso, há certa descontração e uma divertida recusa em levar tudo a sério. Há uma tendência em passar rasteiras cômicas no público, justamente, nos momentos que não há mais espaço para o riso.

A obra do norte-americano Tracy Letts é vencedora dos prêmios Pulitzer de Melhor Drama e Tony de Melhor Texto. A montagem brasileira, com direção e adaptação de André Paes Leme, teve 21 indicações em premiações, sendo vencedora de 7 prêmios.

No elenco, estão nomes como Guida Vianna, Letícia Isnard, Alexandre Dantas, Claudia Ventura, Claudio Mendes, Eliane Costa, Guilherme Siman, Isaac Bernat, Isabelle Dionísio, Julia Schaeffer e Marianna Mac Niven. O espetáculo é uma idealização da produtora Maria Siman e tem realização da Primeira Página Produções em parceria com a Sarau Agencia de Cultura Brasileira.

Vencedora de 3 prêmios por sua interpretação, Guida Vianna comentou sobre a sua personagem. Para a atriz, a peça pode servir como uma reflexão para qualquer pessoa.

"Violet é uma mulher que vive numa situação limite, literal e metaforicamente falando. Literal porque faz quimioterapia para um câncer de boca e talvez sua morte esteja anunciada. Metaforicamente, porque sua família está se desmantelando: o marido sumiu, as filhas só esperam o funeral para partir e a ela só restará permanecer sozinha aos cuidados de uma empregada que ela não conhece. Barbara é a filha preferida porque Violet a julga a mais inteligente e a mais parecida com ela. Os temperamentos parecidos levam as duas a embates frequentes. Violet guarda profunda mágoa de Barbara porque ela não voltou pra casa quando soube do seu câncer, mas voltou quando o pai desapareceu. A peça conta uma história familiar na extensão de seus conflitos e de seus afetos. E essa família pode servir como espelho reflexivo para qualquer indivíduo", contou Guida.

Já Leticia Isnard acredita que Bárbara, sua personagem, é uma mulher forte e que está num momento de total desestabilização.

"Seu casamento está ruindo, vive em crescente conflito com a filha adolescente, está a muito afastada das irmãs, do pai e bate de frente com sua mãe, Violet. Ela luta para não ter o mesmo destino da mãe: a solidão, consequente de uma personalidade forte, acachapante e agressiva. A tendência de Barbara é ficar igualzinha a Violet. E romper com esse ciclo de infelicidade e violência é também um ato de amor", adiantou a atriz.

O diretor André Paes Leme divide o palco nos cômodos da casa para uma múltipla espacialidade que vai exigir uma visão ativa do espectador.

"O primeiro cuidado que tive com a adaptação foi suavizar o contexto norte-americano da peça. O segundo foi em relação ao realismo acentuado proposto pelo autor. Priorizei as situações de conflito e busquei não valorizar ao detalhe a construção do ambiente de cada cena. Me interessa a complexidade das relações familiares, a intensidade com que depositamos no núcleo familiar tanto um amor inquestionável como também despejamos as angústias e inseguranças das nossas vidas. Textos como esse revelam o quanto imprevisível é o comportamento humano", explicou André.

A montagem divide o palco nos cômodos da casa em que se passa a história. As ações passeiam por todos os cômodos e a proposta do autor é que o espectador possa ver simultaneamente todos os ambientes. Por isso, a atual concepção, as cenas são sobrepostas e a personagem que está em um determinado ambiente, vai estar exatamente ao lado de outra que ocupa outra área da casa. Gradativamente, as diferentes cenas vão convivendo no palco.

O Centro Cultural João Nogueira – Imperator fica na Rua Dias da Cruz, 170, no bairro do Méier, Zona Norte do Rio. A temporada dura de 9 a 25 de agosto, todas as sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia entrada). As vendas estão disponíveis na bilheteria, terças e quartas das 13h às 20h30, quinta a sábado das 13h às 21h30 e domingos das 13h às 19h30, ou pelo site https://www.ingressorapido.com.br.

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