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SEAP trabalha em novas ações para combater à tuberculose nos presídios do Rio

A meta prioritária é o enfrentamento da doença visando a redução de 30% de novos casos

Por Jonas Feliciano em 09/08/2019 às 20:54:36

Equipe do SEAP em ação / Imagem: Nice Carvalho

No último dia 3 de agosto foi celebrado o dia Municipal do Combate à Tuberculose no Rio de Janeiro. A data, que representa um passo importante no controle da doença na cidade carioca, também revelou projetos indispensáveis que estão sendo realizados em diversas esferas da sociedade. Principalmente, em lugares mais críticos e insalubres.

Neste contexto, o trabalho da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) tem ganhado destaque não somente no nível municipal, mas também estadual. A proporção de casos de tuberculose no sistema prisional é uma preocupação para o órgão. Por tal motivo, a atual gestora de saúde da SEAP, Nice Carvalho, afirmou que tem trabalhado para implantar novas medidas no combate à doença.

"O crescimento dos índices de tuberculose representa um obstáculo para o alcance de novas metas estabelecidas no Plano Nacional de eliminação da patologia como um problema de saúde pública. Considerando esse cenário, a coordenação e seus diretores de programas estão traçando novas ações com o objetivo de utilizar estratégias que ampliem e reforcem a diminuição da doença dentro e fora dos presídios. Afinal, isso também afeta os entes daqueles que estão privados de liberdade. Como meta grandiosa, iremos buscar dentro da nossa equipe, o melhor resultado por meio de um trabalho sério e comprometido com o Estado do Rio de Janeiro", afirmou Nice.

De acordo com dados da SEAP, em 2018, foram registrados 1.639 casos de tuberculose entre os detentos. Em 2019, já são 911 notificações. Ainda segundo o órgão, está sendo elaborada uma nota técnica para auxiliar prevenção, bem como, já foi observada uma melhora na captação dos sintomáticos respiratórios.

"A equipe da Coordenação de saúde tem como meta prioritária o enfrentamento da Tuberculose visando a redução de 30% de novos casos. Para tanto, focaremos na busca ativa de sintomaticos respiratórios nas unidades prisionais, implementando novo fluxo de atendimento que vise a celeridade no diagnóstico, tratamento e cura", reforço a Coordenadora.

Vale destacar que somente em 2018, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 72 mil novos casos de tuberculose. Em 2017, esse índice chegou a 73 mil. De acordo com a pasta, a doença está relacionada diretamente com aspectos como a pobreza e a exclusão social. Do total de indivíduos contaminados, 10,4% são presidiários, 8,7% estão infectadas com HIV, 2,5% são pessoas em situação de rua e 1% de indígenas, que são considerados os mais vulneráveis à doença.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que, até o ano passado, a média nacional de registros de tuberculose no Brasil era de 33,5 a cada 100 mil habitantes. No estado do Rio de Janeiro, esse número chega a duplicar. O Rio notificou 65,7 casos a cada 100 mil pessoas. Os dados são do Fórum Estadual de Organizações Não-Governamentais no Combate à Tuberculose.

Esse índice alcança o segundo lugar no ranking do país. O estado fluminense fica atrás apenas do Amazonas. Na capital carioca, esses números atingem percentuais mais altos em comunidades e nos presídios da cidade No sistema prisional, por exemplo, baseando-se em dados da Secretaria Estadual de Saúde do Estado, as taxas chegam a 1.200 casos para cada 100 mil presos.

Entre um dos principais fatores que podem agravar a situação estão a superlotação das cadeias. Isso porque, a doença é transmitida de maneira mais fácil em lugares com pouca ventilação e suscetíveis a grandes aglomerações. Neste cenário, as penitenciárias do estado suportam aproximadamente 53 mil presos em 28 mil vagas, o que facilitaria a disseminação da patologia.

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